Economia

Após uma semana de greve, agências bancárias reabrem normalmente às 10h

Helio de Freitas, de Dourados | 07/10/2014 08:38
Em assembleia, bancários de Dourados aceitam proposta dos bancos e volta ao trabalho hoje (Foto: Divulgação)
Em assembleia, bancários de Dourados aceitam proposta dos bancos e volta ao trabalho hoje (Foto: Divulgação)

As 22 agências e sete pontos de atendimento bancário de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande, reabrem às 10h desta terça-feira após cinco dias de greve dos bancários e demais trabalhadores do ramo financeiro.

A decisão de encerrar a greve, seguindo orientação do movimento nacional, foi tomada em assembleia do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Dourados e Região, ontem à noite. Os bancários voltam ao trabalho também nas 12 cidades da região que fazem parte do sindicato de Dourados.

De acordo com o sindicato douradense, a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) apresentou no sábado ao comando nacional dos bancários a proposta de 8,5% (aumento real de 2,02%) e reajuste de 9% sobre o piso, o que representa aumento real de 2,5%.

“A mudança de posição dos banqueiros foi fruto da mobilização dos trabalhadores em todo o país. Mais uma vez, Dourados e região não ficaram de fora do movimento, participando ativamente de uma forte greve durante sete dias”, afirmou o presidente do sindicato, Janes Estigarribia.

“Conquistamos reajuste de 8,5% e piso de 9%. Com esse índice, em 11 anos, são 20,7% de ganho real nos salários e 42,1% nos pisos. Conquistamos ainda valorização da Participação nos Lucros e Resultados, além de um reajuste expressivo para o vale-refeição. Também conquistamos cláusula contra metas na Convenção Coletiva de Trabalho e os sindicatos vão cobrar de cada banco avanços em relação a isso”, avaliou o sindicalista.

Conquistas – Conforme o Sindicato dos Bancários, a regra básica da Participação nos Lucros será de 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.838. Assim, a parte fixa, que em 2013 foi de R$ 1.640, será reajustada em 8,5%, o que significa aumento real de 2,5%. A regra determina ainda que devem ser distribuídos no mínimo 5% do lucro líquido. Se isso não acontecer, os valores de PLR devem ser aumentados até chegar a 2,2 salários.

O vale refeição será de R$ 26 por dia, com reajuste de 12% e 5,5% de ganho real. Haverá compensação dos dias parados em uma hora até o dia 7 de novembro para funcionários com jornada de 8 horas e até 31 de outubro para trabalhadores com jornada de 6 horas. O que não for compensado será abonado.

Os bancos também se comprometeram a incluir na Convenção Coletiva de Trabalho uma cláusula prevendo monitoramento da cobrança por metas, “com equilíbrio, respeito e de forma positiva para prevenir conflitos nas relações de trabalho”. Ficou garantido ainda o pagamento do 13º salário para os afastados que estiverem recebendo complementação salarial.

BB e Caixa - Também como resultado da negociação que encerrou a greve, o Banco do Brasil concordou que a partir de agora serão pagas todas as horas extras. O banco também assumiu a contratação de dois mil funcionários, sendo mil até 31 de dezembro de 2014 e mil até 31 de dezembro de 2015.

Na Caixa, além de garantir o reajuste de 9% para todos os níveis da carreira, a participação nos lucros será calculada com base em 4% do lucro líquido, com distribuição igualitária para todos os empregados. A empresa pagará, a partir de janeiro de 2015, 100% das horas extras executadas em agências com até 20 empregados. Foi estabelecida ainda a contratação de dois mil novos empregados até dezembro de 2015.

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