Economia

Após ação do Procon, Sinpetro vê “teto” da gasolina em R$ 4,49 na Capital

Entidade aponta que alta procura levou postos a retiraram promoções; empresários foram orientados a agir dentro da legalidade

Humberto Marques | 24/05/2018 17:09
Sinpetro-MS aponta que, nesta quinta-feira, preço da gasolina variava entre R$ 4,19 e R$ 4,49. (Foto: Marina Pacheco)
Sinpetro-MS aponta que, nesta quinta-feira, preço da gasolina variava entre R$ 4,19 e R$ 4,49. (Foto: Marina Pacheco)

A corrida aos postos de combustíveis em Campo Grande, motivada pelo temor de falta de gasolina e álcool em decorrência da greve dos caminhoneiros, levou alguns estabelecimentos a serem notificados por elevarem o preço do produto bem acima do valor praticado até a noite de quarta-feira (23). Nesta quinta, após as fiscalizações, a gasolina era negociada na Capital a valores entre R$ 4,19 e R$ 4,49, segundo o Sinpetro-MS (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência de Mato Grosso do Sul).

Nesta quarta, o Procon-MS (Superintendência de Orientação e Defesa do Consumidor do Estado) flagrou postos nos bairros Amambaí e Centenário comercializando gasolina a R$ 4,89. Até o dia anterior, o produto era oferecido aos clientes por R$ 4,09. Diante do fato, os proprietários foram autuados e chamados a prestar esclarecimentos à Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo).

O superintendente do Procon, Marcelo Salomão, informou que, até esta manhã, o órgão havia recebido 16 denúncias de prática semelhante. Uma força-tarefa foi montada pelo órgão para acompanhar a movimentação de preços em decorrência da alta procura.

Gerente-executivo do Sinpetro, Edson Lazaroto disse ter se reunido pela manhã com representantes do Procon para se inteirar do caso. “Checamos alguns casos e alertamos imediatamente o revendedor e os outros postos que tinham preços acima, e logo voltou ao normal”, disse, atribuindo o fato à “falta de informação”, que levou a uma oscilação nos valores.

Greve dos caminhoneiros dificulta abastecimento de postos. (Foto: Saul Schramm)

Lazaroto explicou ainda que muitos postos ofereciam a gasolina em preços promocionais. “Mas como começou a faltar combustíveis os postos voltaram ao preço normal. Houve um impacto de valores mas, hoje, operamos com preços a partir de R$ 4,19 e não temos nada acima de R$ 4,49”, declarou o gerente, lembrando ainda que muitos postos comercializam combustíveis com preços diferenciados para pagamento à vista ou no cartão de crédito, o que também gera leves oscilações.

Ele advertiu, ainda, que a maioria dos postos atuam com bandeiras em um mercado de livre concorrência. O Procon adverte que consumidores que se sentirem lesados com altas fora do normal no preço dos combustíveis formalizem denúncias. “Temos orientado postos associados para que trabalhem dentro da normalidade”.

Falta – Edson Lazaroto também explicou ao Campo Grande News que, diferente das cidades do interior, a Capital ainda não sofre com abastecimento. A expectativa inicial é de que os estoques de combustíveis nas distribuidoras e postos suportem a demanda ainda nesta sexta-feira (25). Em outras cidades, porém, já falta gasolina e etanol –como Dourados, Bonito, Ribas do Rio Pardo e Corumbá.

O representante do Sinpetro reforçou que a entidade apoia a greve porque a alta dos combustíveis – motivo que levou aos manifestos de caminhoneiros– “atinge o consumidor e o revendedor. Sofremos drasticamente com a carga tributária, tendo 25 postos fechados na Capital e 50 no Estado. Com essa greve, queremos que o governo se conscientize e que o empresário está quebrando”.

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