Economia

Apesar de estudo para manter ferrovia, Rumo ALL continua com demissões

Caroline Maldonado e Priscilla Peres | 24/07/2015 12:35
Com trens parados, funcionários de operação não têm mais ocupação e acreditam em mais demissões (Foto: Priscilla Peres)
Com trens parados, funcionários de operação não têm mais ocupação e acreditam em mais demissões (Foto: Priscilla Peres)

Um mês após reunião entre governo do Estado e direção da Rumo ALL, que definiu um estudo de viabilidade econômica para manter a ferrovia em Mato Grosso do Sul, a empresa demitiu mais funcionários em Campo Grande. Para os que continuam empregados na sede, o clima é de instabilidade, já que dos mais de 100 colaboradores, restam apenas 30 pessoas nos setores de operação e administrativo.

Ontem foi demitido um técnico de estação e hoje foi a vez de outro, que ocupava o mesmo cargo. O último funcionário que tem a mesma função está de férias e agora o monitoramento do único trem que passa por Campo Grande fica a cargo do CCO (Centro de Controle de Operação), em Curitiba (PR).

“O técnico é responsável pela passagem do trem, mas isso não impediu o desligamento. Infelizmente, a empresa não quis saber se tinha pai de família trabalhando e a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) está sendo muito omissa, porque é responsabilidade dela fazer a fiscalização”, disse um dos colaboradores que prefere não se identificar.

Diante das demissões, o Sindicato de Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de Bauru e Mato Grosso do Sul, voltou a cobrar a falta de posicionamento das autoridades estaduais. “A gente esperava uma postura um pouco mais firme sobre o contrato de concessão. Não tem nada funcionando. O contrato prevê a manutenção e a devolução nos termos em que foi encontrado, mas ninguém aborda dessa forma”, disse o membro do sindicato, Willian Monteiro.

 

Estação em Campo Grande tem cada vez menos funcionários e parece abandonada (Foto: Marcelo Calazans)

Em Campo Grande, não circulam mais trens com minério e combustível, segundo os trabalhadores. “Só circula minério de Corumbá para o Porto de Ladário, que de lá segue por balsa para Argentina. Em Três Lagoas, tem o transporte de celulose para São Paulo, mas nenhum desses trens passa na Capital, apenas um de Bauru para Bolívia, a cada 15 dias, com material siderúrgico”, relatou. Conforme ex-funcionários, antes da onda de demissões havia 2 técnicos de estação por turno. Assim, nos três turnos, atuavam pelo menos 6 funcionários.

Estudo - No dia 22 de junho, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), acompanhado de deputados estaduais, federais e senadores, se reuniu com o presidente da Rumo ALL, Julio Fontana. Eles estabeleceram o dia 24 de agosto, como limite para a apresentação de um projeto que ateste a viabilidade econômica da ferrovia, com detalhamento dos investimentos que seriam necessários para mantê-la.

O Campo Grande News entrou em contato com a assessoria da Rumo ALL e a empresa informou que houve duas demissões nesta semana, mas o procedimento é normal, como pode ocorrer em qualquer empresa e não está relacionado a reestruturação ou ao estudo realizado junto ao governo. 

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