Economia

Apesar de clima “torcer contra”, cesta básica cai 1,73%

Nícholas Vasconcelos e Mariana Lopes | 07/05/2013 16:14

A cesta básica em Campo Grande registrou queda 1,73% no mês de abril e foi comercializada a R$ 271,65, segundo a pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) divulgada nesta terça-feira (7). No entanto, a queda de preços poderia ter sido maior se alguns alimentos como o tomate, batata e leite não tivessem sofrido tanta influência do clima.

O levantamento mostra que a batata teve alta de 14,42%, com preço médio de R$ 3,57 pelo quilo e o tomate, apesar da redução de 13,73% no valor, sofrem com a queda na produção devido ao excesso de chuvas.

Se muita água pode prejudicar, a falta dela também afeta. O leite, por exemplo, entrou no período de entressafra e teve alta de 7,69% no mês passado. “Houve o reajuste no preço pago ao produtor, que por sua vez repassou os custos com a ração e com a seca, que diminuiu a pastagem”, explicou a economista Andréia Ferreira, do Dieese de Mato Grosso do Sul. Ela disse que a previsão é de que o leite comece a cair no mês de agosto, quando termina a estiagem.

Outro alimento que teve influência do clima em sua produção foi o feijão. A pesquisa mostrou que, na média, o quilo sai por R$ 5,38, uma elevação de 9,1% em comparação com o mês anterior. “Muita gente procurando e não tem produto suficiente no mercado, o jeito é oferecer para quem paga mais”, analisou.

Foi verificada alta também no preço da carne, que subiu 0,79% como reflexo do aumento das exportações de Mato Grosso do Sul. Segundo a Secex-MDIC (Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio), o Estado exportou 95,2 mil toneladas de carne em abril, volume 37% maior que no mesmo período do ano passado.

Na análise nacional, a cesta básica em Campo Grande é a 3ª mais barata em comparação com as outras 18 capitais pesquisadas pelo Dieese, perdendo apenas para Salvador (BA) e Aracaju (SE), onde são comercializadas por R$ 268,05 e R$ 247,72, respectivamente. A mais cara continua a de São Paulo (SP), que sai por R$ 344,30.

A pesquisa do Dieese mostrou que nove alimentos tiveram queda: tomate, com 13,73%, açúcar, 11,69%; óleo, 8,44%; arroz, 7,89%; café, 7,39%; pão francês, 6,2%;farinha de trigo, 3,68%, banana, 3,59% e a manteiga, com redução de 2,03%.

Familiar - A cesta básica familiar para quatro pessoas custou R$ 814,95 no mês de abril, uma redução de R$ 14,37 na comparação com o valor de março, R$ 829,32, um reflexo da redução da cesta básica individual.

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