Economia

Aeroportos de MS entram hoje em leilão, no bolo que tem 'joia da coroa'

Privatização dos terminais de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã será confirmada na B3 com cobiçado Congonhas

Gabriela Couto | 18/08/2022 09:11
Movimentação na área interna do Aeroporto Internacional de Campo Grande. (Foto: Arquivo)
Movimentação na área interna do Aeroporto Internacional de Campo Grande. (Foto: Arquivo)

Acontece hoje (18), às 14h (horário de Brasília), o leilão do lote de 11 terminais aeroportuários do país na B3, Bolsa de valores de São Paulo. Dentre eles, estão três aeroportos de Mato Grosso do Sul: Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã.

Para conseguir a privatização prevista pelo programa de concessão aeroportuária do Brasil, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) incluiu no mesmo lote o Aeroporto de Congonhas. 

Considerado a “joia da coroa” da Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), o aeroporto paulista divide o mesmo bolo com os três terminais sul-mato-grossense,  os aeroportos de Santarém, Marabá, Parauapebas e Altamira, no Pará; e Uberlândia, Uberaba e Montes Claros, em Minas Gerais.

Para se ter uma ideia da diferença de movimentação entre eles, o  Aeroporto da Capital recebe, diariamente, a média de 5.112 pessoas, 53 voos e 5.940 kg de carga aérea. Já o Aeroporto Internacional de Corumbá movimenta, diariamente, a média de apenas 180 usuários e apenas a Azul Linhas Aéreas  opera no local. 

Com menor número de demanda ainda está o Aeroporto internacional de Ponta Porã, que apesar de fazer fronteira com a cidade de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, recebe diariamente 77 pessoas entre passageiros e população fixa. Todos os dados foram retirados do site da Infraero.  

Em contrapartida, Congonhas é o aeroporto como um dos maiores em trânsito de executivos no País. Localizado a 8,7 km do centro de São Paulo, capital, o terminal se destaca por ter vocação para negócios aeroportuários. O movimento diário de público (até setembro/2019) é de 60.932 passageiros, 592 voos e 159.124 kg de carga aérea. 

Por isso, mesmo tendo colocado o terminal mais movimentados do país, apenas uma empresa apresentou proposta para arrematar o leilão. Para investidores, como a CCR responsável por administrar o maior número de aeroportos privados do país, levar a concessão de terminais pequenos que estão no mesmo lote de Congonhas pode ser considerado um negócio arriscado.

Conforme publicado pelo Campo Grande News nesta semana, a empresa espanhola Aena se apresentou como única interessada pela concessão, pelo valor mínimo do lote de R$ 740,1 milhões. Assim que assumir os 11 aeroportos, a Aena terá o direito de explorar os locais por 30 anos e a obrigação de investir cerca de R$ 7,2 bilhões nos empreendimentos.

Esses 11 terminais representam 15,8% do total do tráfego de passageiros no Brasil, ou seja, cerca de 30 milhões de passageiros por ano. A assinatura dos contratos de concessão deverá ocorrer após a homologação do resultado pela diretoria da Anac, em data que ainda será definida.

Até o momento o programa de privatização de aeroportos do governo federal já repassou à iniciativa privada 77,5% do tráfego nacional entre os anos de 2011 e 2021. Com esta sétima rodada de leilões o percentual vai atingir 91,6% de passageiros atendidos em aeroportos concedidos no país.

Aena - Os espanhóis são responsáveis por administrar aeroportos nordestinos, como os de Recife e Maceió. Eles arremataram os terminais durante um leilão de concessões em 2019. Também atuam na Europa, como operadores do aeroporto de Madri, um dos principais do continente. 

Apesar da experiência, o trabalho de privatização feito em Recife não teve boa avaliação dos usuários. O terminal pernambucano ficou em segundo lugar do país como o pior no ranking elaborado pelo Ministério da Infraestrutura. 

 

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