Economia

Acionado por passageiros, Procon interdita loja de editora no aeroporto

Decon abriu inquérito para investigar denúncia de propaganda enganosa, assédio e falta de documentação

Bruna Pasche | 08/11/2018 10:00
Empresa foi interditada imediatamente pela Infraero. (Foto: Henrique Kawaminami)
Empresa foi interditada imediatamente pela Infraero. (Foto: Henrique Kawaminami)

 A loja “Sala de Leitura”, da editora 3, que fica no Aeroporto Internacional de Campo Grande, foi interditada na manhã desta quinta-feira (08), depois de fiscais do Procon (Superintendência do Consumidor), constatarem irregularidades no local. Além de propaganda enganosa e assédio aos passageiros, a empresa não possui alvará e os funcionários não são registrados.

Dois fiscais entraram por volta das 8h10 no aeroporto, descaracterizados para averiguar se a denúncia recebida nessa semana pela Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) era verdadeira. Segundo o superintendente do Procon, Marcelo Salomão, eles foram abordados pelos vendedores quase que imediatamente.

O superintendente do Procon, Marcelo Salomão, explicou que a empresa dava a entender que ao assinar o contrato das revistas, ganhavam imediatamente milhas nas empresas aéreas. (Foto: Henrique Kawaminami)

“Eles abordam os passageiros de uma forma quase constrangedora, oferecem a assinatura de uma revista por R$ 7,95, mas achamos um contrato de mais de R$ 700. Além disso, eles informavam aos passageiros que ao fecharem o contrato de assinatura, geravam milhas que iam direto para a companhia área, mas quando os abordamos já caracterizados eles mudaram o discurso e disseram que as milhas são do programa de cartão de crédito”, contou Salomão.

A empresa ainda chegou a citar nomes e especificar as empresas que, teoricamente, teriam parceria com a loja. As companhias aéreas foram consultadas e negaram o conhecimento sobre o caso.

Gerente da loja não quis se manifestar dizendo apenas que estava "tudo certo". (Foto: Henrique Kawaminami)

O gerente, Orlando da Silva Gomes, foi até o local e disse à reportagem que não tinha o que dizer, pois estavam todos trabalhando. Tanto ele quanto os dois funcionários, que não são registrados em carteira, foram encaminhados à delegacia. A loja não possui alvará, nem documento de funcionamento.

Após a ação, a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), interditou a loja, que ficará fechada até a conclusão das investigações. Ainda de acordo com o superintendente, a multa por assédio e propaganda enganosa pode varia de R$ 15 a R$ 20 mil. “Nós vamos averiguar as outras irregularidades também, mas a princípio eles estão totalmente fora das normas do código de defesa do consumidor”, concluiu.

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