Direto das Ruas

Presos que só dormem em unidade reclamam de risco de pegar coronavírus

Segundo denúncias, no local não há circulação de ar e os presos dormem aglomerados

Kerolyn Araújo | 24/03/2020 11:43
Fachada da Casa do Albergado, no bairro Lar do Trabalhador, em Campo Grande. (Foto: Arquivo/ Campo Grande News)
Fachada da Casa do Albergado, no bairro Lar do Trabalhador, em Campo Grande. (Foto: Arquivo/ Campo Grande News)


Famílias de presos e os próprios detentos que cumprem pena no Estabelecimento Penal de Regime Aberto e Casa do Albergado de Campo Grande, localizado no bairro Lar do Trabalhador, temem pela saúde em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Os presos vão ao local apenas para passar a noite.

Ao Campo Grande News, a mãe de um detento de 24 anos, que preferiu não se identificar, contou o drama vivido pelo filho dentro da Casa do Albergado. Segundo a mulher, os presos dormem aglomerados e não há nenhum cuidado com a saúde. ''Lá tem vários homens doentes, com tosse. Será que vão deixar morrer para depois ajudar? Meu filho trabalha o dia todo, só dorme lá", disse.

Cumprindo pena no local há 8 meses porte ilegal de arma de fogo, preso de 27 anos relatou que todos os detentos estão em situação de vulnerabilidade dentro do estabelecimento penal. ''O sistema de instalação é bem precário, é um galpão com várias beliches. Alguns homens dormem em colchões no chão", disse.

Além da aglomeração, outros fatores geram risco à saúde dos internos, como a falta de banheiro o suficiente para atender a todos, falta de ventilação e limpeza. ''Tem gente que sai para trabalhar, outros vão para a casa, alguns para a antiga rodoviária usar drogas. É alto o risco de contaminação dos presos e dos familiares", ressaltou. Ainda segundo o detento, dois presos foram hospitalizados sob suspeita do novo coronavírus.

Outro lado - A Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) negou que houve casos suspeitos de Covid-19 no estabelecimento que, hoje, abriga 250 presos na pernoite. Desse total, 76 que se enquadram no grupo de risco já foram liberados e estão sendo monitorados por tornozeleiras eletrônicas. A agência também informou que aguarda a análise e autorização da Justiça para a liberação de outros presos.

Ainda conforme a Agepen, a unidade está tomando todas as medidas de higiene. A limpeza é feita diariamente nos alojamentos e sabonetes líquidos foram disponibilizados para que os presos lavem as mãos.

O álcool 70, que está sendo produzido no Estabelecimento Penal Jair Ferreira De Carvalho, o Presídio de Segurança Máxima, deverá ser encaminhado até o final da semana para a Casa do Albergado. 

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