Direto das Ruas

Brasa que "brota" do chão intriga moradores de bairro da Capital

O fenômeno é chamado de incêndio subterrâneo e já dura dois meses no local

Mariely Barros | 21/07/2021 13:35


“Fumaça misteriosa” em área verde tem atraído curiosos e preocupado moradores do Bairro Silvia Regina, na região oeste de Campo Grande. O fenômeno chamado incêndio subterrâneo já dura há dois meses e tem provocado a queda de árvores nativas e espantando os animais silvestres que moram no local. 

Cida Mota, de 50 anos, é aposentada e foi uma das primeiras vizinhas a questionar a fumaça incessante do terreno. “É um cheiro de fumaça dia e noite aqui em casa, de noite piora”, comenta. O odor de queimado tem atrapalhado a rotina da casa. Segundo a mulher, é impossível estender roupas no varal sem elas ficarem fedendo. 

Ela e marido moram de esquina com a área verde que fica na Avenida João Júlio Dittmar. Curiosa, ela foi até o local e para sua surpresa encontrou as raízes das árvores em brasa e muita fumaça saindo de buracos no solo. “Eu levei um susto, nunca tinha visto isso na minha vida, a terra está pegando fogo”, explica.

A descoberta de Cida se espalhou e segundo ela, muitos curiosos de fora do bairro estão indo até o local ver e fotografar. Durante a tarde de sexta-feira (16), o fogo ficou alto e o Corpo de Bombeiros foi acionado para fazer o controle das chamas. 

O problema é que mesmo que as chamas não estejam aparentes, a fumaça continua saindo do solo. Gino Dolores, de 44 anos, é esposo de Cida e também está cuidando da área. “Hoje eu fui lá ver se o fogo estava aumentando, mas quase não dá para ficar pois é muito quente", conta. 

O tenente-coronel Ednilson Queiroz, da PMA (Polícia Militar Ambiental) , explicou que o fenômeno acontece em solos especiais devido a grande quantidade de material orgânico e oxigênio embaixo da terra.  “Esse tipo de incêndio é complicado de combater, pois o fogo desce para a raiz da árvore e fica invisível”, explica. 

Docente do curso de geografia da UFMS (Universidade Federal do Mato do Sul), Elisa Freitas explica que esse tipo de incêndio pode durar dias, e até mesmo meses dependendo da quantidade de material orgânico disponível no solo. "Este tipo de incêndio é normal e pode se potencializar em terrenos próximos de lixões".

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