Ensinar Juntos

Hierarquia, eu quero uma para viver

Por Carlos Alberto Rezende (*) | 08/02/2024 09:26

Respeitar a hierarquia pode ser um desafio para algumas pessoas jovens, em vários ambientes: em casa, na escola, no trabalho etc. É de grande utilidade para a moçada entender a importância da hierarquia em certos contextos e não achar que o importante é que apenas suas vozes sejam ouvidas e que somente as suas opiniões podem contribuir de maneira significativa. É o que chamamos de "saber ouvir".

A verdade é que jovens educados sem limites podem ter dificuldades em respeitar a hierarquia. Estabelecer limites claros desde cedo e promover uma cultura de respeito e de saber ouvir com responsabilidade, pode ajudar a criar uma base sólida para que essa nova geração entenda a importância da hierarquia em certos contextos.

A abordagem "educação sem limites" pode ter implicações na saúde emocional dos jovens, uma vez que pode resultar em falta de estrutura, disciplina e respeito. É relevante encontrar um equilíbrio saudável entre a liberdade e a responsabilidade na educação dos nossos filhos e filhas, para promover um desenvolvimento emocional saudável; limites claros e expectativas realistas podem ajudar as crianças a desenvolverem resiliência e respeito. É um tema complexo e variado, e as necessidades de cada um podem ser diferentes.

A questão da educação da criançada e o respeito pela hierarquia é bastante complexa e envolve muitas variáveis. A falta de limites e uma educação permissiva podem, em alguns casos, levar à dificuldade em respeitar a hierarquia e autoridade, mas não é uma regra absoluta. O respeito é uma qualidade que é ensinada e reforçada por meio de valores familiares, culturais, educacionais e no seio familiar. 

Muitos jovens enfrentam desafios emocionais diários e coisas simples, como conviver com a vizinhança, com os colegas de faculdade, com o mercado de trabalho etc, devido à pressão, à competição e às expectativas, tornam-se uma carga pesada demais para ser carregada. É fundamental que haja maior conscientização e a prática de um valor fundamental para a nossa existência: saber ouvir os mais velhos, o que se torna respeito, um dos valores fundamentais para o sucesso na vida. 

A vivência diária em casa ajuda os adolescentes a lidarem com o estresse diário e a aprenderem a lidar com opiniões diferentes das suas, com respeito e harmonia. O pensamento crítico e a habilidade de questionar são aptidões importantes que podem ser fomentadas, mesmo dentro de uma estrutura com limites e regras claras. A comunicação efetiva é chave na educação; encorajar os jovens a serem articulados e expressarem suas opiniões de maneira respeitosa, pode ser uma forma de ensinar sobre hierarquia e limites, sem reprimir seu sentido de independência e autoexpressão. É importante encontrar um equilíbrio entre a autoridade e a autonomia na educação dos jovens.

E para finalizar, deixo uma mensagem aos pais e responsáveis: vocês podem construir uma casa sem fundação, mas torçam para que a terra nunca se mova!

 (*) Carlos Alberto Rezende é conhecido como Professor Carlão.  

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