Em Pauta

Uma reforma política para partido grande vencer

Mário Sérgio Lorenzetto | 25/07/2017 07:11
Uma reforma política para partido grande vencer

Enganam-se neófitos de plantão nas redes sociais que as eleições só ocorrem quando os Tribunais Eleitorais dão a ordem de largada. Tal como em uma corrida de fórmula um, só ganha quem tiver melhor carro, oficina, posição no grid de largada e equipe. Em suma, a corrida eleitoral começa a ser vencida muito tempo antes do período eleitoral que irá de julho a outubro de 2018. Quem está teclando nas redes sociais aguardando a largada oficial só por milagre conquistará o pódio. Os dois "insumos" básicos de uma eleição são o dinheiro e o tempo na televisão. E eles estão sendo mudados no Congresso Nacional.

O projeto que irá a debate prevê a criação do Fundo Especial de Financiamento da Democracia (FDD) e altera a distribuição do Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral (HGPE) e impõe tetos para as despesas de campanha. Todos os políticos acreditam que as contribuições de pessoas físicas serão diminutas, provavelmente insignificantes, assim os R$3,6 bilhões do FDD serão decisivos. Não passa de mito que dinheiro não ganha campanha - aqui ou em qualquer país. Dinheiro sempre foi decisivo em campanha eleitoral e nada leva a crer que em 2018 não será. Uma vez mais, é crucial saber como serão repartidos os bilhões do FDD. Até o momento, o projeto em debate indica que os três maiores partidos - PT, PMDB e PSDB - serão os grandes beneficiários da proposta. Os grandes levarão 36% do FDD. O resto será pulverizado pela imensa lista de partidos que o Brasil dispõe.

O segundo debate é sobre o tempo de propaganda. O projeto extermina a "compra ou aluguel" de apoio dos pequenos e médios partidos pelos grandes, que tradicionalmente é feito. Os pequenos e médios partidos poderão coligar com os grandes, mas não levarão o tempo de propaganda para a coligação. Adiós, "mercadão de tempo de propaganda". Mas a regra também vale para os pequenos e médios partidos que não poderão ganhar tempo de outros pequenos partidos.

O terceiro vital debate, cinge-se aos tetos para despesas eleitorais. Cairão substancialmente. É possível entrever ainda que os congressistas criarão alguma garantia que o dinheiro irrigará suas próprias campanhas destinando um percentual do FDD para elas. Assim, candidatos a presidente, a senador e deputado federal abocanharão a maior parte do dinheiro. Candidato a governador e a deputado estadual ficará aguardando, aguardando, aguardando...

Outro efeito da reforma recairá sobre os candidatos outsiders. Mesmo Bolsonaro e Marina, que não são tão outsiders, terão dificuldades evidentes para decolar. A vantagem dos grandes é considerável. Eles terão as Ferraris, Mercedes, Renault. Os pequenos e médios correrão com fuscas, quiçá com um golzinho. Resta-lhes a união para tentar derrotar os grandes ou correr com carrinhos. O problema para a proposta dos grandes é que lhes faltará alguns votos no Congresso para ver seu projeto aprovado. Nada que o "bondoso e caridoso" DEM (ou o PSB) não possa solucionar. Teclem à vontade, mas as eleições já começaram.

O carro maldito que teria matado 8 proprietários

Muitos historiadores consideram que o início da Primeira Guerra Mundial foi construída pelos governantes europeus durante vários anos. Outros entendem que o assassinato do Arquiduque Francisco Fernando, da Áustria foi o fato que deflagrou essa guerra. Mas o herdeiro do trono austríaco foi assassinado quando estava sendo transportado de automóvel pelas ruas de Sarajevo.

O carro era um Gräft & Stif, uma marca austríaca que foi vendida para a MAN. E a morte do arquiduque foi apenas o primeiro evento relacionado com esse exemplar que passou a ser considerado amaldiçoado.

A lenda ou fato diz que todos seus proprietários tiveram um fim terrível, onde o carro sempre estava envolvido. O governador da Iugoslávia herdou o carro em 1918, sofrendo quatro graves acidentes e perdendo um braço, levando-o a afirmar que o carro era mesmo amaldiçoado. Um médico amigo do iugoslavo desejou provar o contrário e morreu seis meses depois em um capotamento. O próximo dono foi outro médico. Após perder todos seus pacientes, vendeu o carro às pressas para um piloto suíço de corridas, que foi atirado para fora do carro, partindo o pescoço.

Rebocado, após uma avaria, teria feito uma ligação sozinho e matado dois agricultores, um deles seu proprietário no momento. O próximo dono morreu, tal como quatro passageiros, em uma colisão a caminho de um casamento. Depois, foi enviado para um museu que foi bombardeado pelos aliados na Segunda Guerra Mundial, no momento que o curador estava mexendo no carro. A lenda ou fato diz que o único resto mortal encontrado foi uma mão segurando em um volante. O carro até hoje está no Museu Militar de Viena, seus diretores afirmam que essas mortes não podem ser comprovadas.

A corrida do ouro na Guiana Francesa... mas já foi aqui

Sentindo-se esquecidos pelas autoridades públicas, os seis povos originários da Guiana Francesa - entre 10 mil e 20 mil pessoas - convivem de perto com traficantes de ouro e sofrem a devastação do garimpo, tanto ambiental como em termos de segurança. Isso é particularmente grave entre os povos do interior, que se sedentarizaram a montante dos principais rios - wayanas no Alto Maroni, wajãpis no Alto Oiapoque e tekos em ambos os rios. Seu problema mais global, creiam, se traduz em uma taxa de suicídio entre os jovens de 8 a 10 vezes maior que a média da Guiana Francesa (já viram esse filme?)

O relatório parlamentar enviado ao primeiro-ministro aponta negligências do governo que vão da falta de acesso a serviços básicos - água encanada, eletricidade, cobertura telefônica, transporte - às falhas do sistema de saúde, passando pela má gestão da dependência a álcool ou drogas, pela contaminação dos rios e pelo dilaceramento da identidade indígena. Sim, o nome é Guiana Francesa, mas podem chamar de Brasil.

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