Em Pauta

Um vírus entra em um bar....

Mário Sérgio Lorenzetto | 06/07/2020 07:00
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Tudo que você ama no bar - o ambiente, as multidões, a música, o álcool que flui livremente - o torna o local ideal para pegar o coronavírus. Em Campo Grande e em todo o país, os bares só perdem para os frigoríficos e prisões na quantidade de pessoas infectadas. Super apertados, com pouca ventilação e muita gente, é difícil imaginar um lugar mais propício para o vírus sair de uma pessoa e atingir muitas outras.


O que torna um bar mais arriscado?

Cada bar é diferente, mas em média, são lugares escuros e estreitos, sem janelas e com pouco espaço para se movimentar. Ao contrário dos restaurantes, que podem separar as mesas entre si, os bares normalmente tem bancos fixos e um layout que força as pessoas a se reunir em grupos. As pessoas são vão a bares para beber e socializar com outras pessoas. Eles geralmente querem sentar-se bastante próximos um do outro para que possam ter conversas íntimas. Quem quer sentar-se a dois metros de distância do outro e ter de gritar?


10 vezes mais partículas.

Acredita-se que longas conversas em contato próximo desempenhem um papel importante na transmissão de muitos vírus, incluindo o novo coronavírus. Pesquisas mostram que podemos liberar até 10 vezes mais partículas através da fala do que uma tosse. Também mostram que a fala alta é ainda mais infectante. Falar e falar alto é norma quase obrigatória em um bar. A fala baixa emite 6 partículas por segundo e a fala alta emite 53 partículas por segundo. Elas são partículas muito pequenas, que vivem mais tempo no ar. Tossir ou espirrar lança no ar partículas maiores que caem rapidamente no solo. Partículas menores também podem viajar mais longe que as maiores. E para complicar ainda mais, os bares tendem a usar música em altos volumes, forçando as pessoas a falar alto.


Álcool desinibe e faz esquecer.

Outro fator fundamental na convivência em um bar é a desinibição provocada pelo consumo de álcool. A desinibição leva as pessoas a compartilhar bebidas e alimentos. Assim como o esquecimento é uma característica do consumo alcoólico. As pessoas tendem a esquecer o potencial de perigo  do coronavírus. Só há um lugar onde o risco de transmissão em um bar não é tão perigoso: do lar de fora, ao ar livre.  

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