Em Pauta

Terapia de transplante medular é testada contra o coronavírus

Mário Sérgio Lorenzetto | 21/05/2020 07:41
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Se 99% dos infectados do coronavírus que se curaram geram anticorpos, por que não extrair as células que produzem esses anticorpos e introduzi-las no corpo de um enfermo? Esse raciocínio levou às formação de um grupo de cientistas da Espanha e de Cingapura a desenvolver um ensaio com humanos.


É a mesma técnica que trata com êxito crianças com leucemia.

Há muitos anos médicos do mundo todo vem tratando crianças que tenham leucemia com essa técnica. Quando os medicamentos deixam de fazer efeito, usam-na para proteger as crianças das infecções causadas por vírus. O nome da técnica é "terapia celular com linfócitos memória". São células retiradas de um doador, que teve infecção viral, administradas em uma criança com leucemia.


Faltou dinheiro.

Em poucos dias, essa técnica foi utilizada em três pacientes de Cingapura. Em menos de uma semana, estavam de volta a suas casas plenamente curados. O pequeno tamanho do ensaio deve-se a dinheiro. Os dois grupos de cientistas tinham apenas cinquenta mil euros para trabalhar com essa técnica na cura de câncer. A entidade doadora permitiu que eles utilizassem o dinheiro para o ensaio contra o coronavírus. Agora, estão pedindo tão somente dez mil euros a mais, para criar o que denominam de "linfoteca".


Uma linfoteca com apenas 50 doadores pode curar a população de uma cidade.

Quando comparada às demais técnicas para curar a infecção causada pelo covid-19, essa técnica da Espanha-Cingapura é baratíssima. Eles criarão uma "linfoteca", um banco de linfócitos com 50 tipos diferentes. Acreditam que com apenas isso, conseguirão curar os moradores de uma cidade. Cada um desses linfócitos cura, pelo menos, 100 enfermos, dizem os cientistas.


Sem governos, sem milionários, a novidade chamou a atenção.

Os dois hospitais envolvidos nesse ensaio não tem apoio de qualquer governo ou de milionários dispostos a doar. E dizem que não precisam. Desejam criar um tratamento que seja válido para o mundo todo sem gastar um tostão. Como essa técnica é conhecida por todos os países, no tratamento de câncer infantil, bastaria ampliar um pouco os esforços para que enfrentasse o covid-19. O Hospital Albert Einstein, em São Paulo, utiliza métodos similares. Há anos, pelo menos um médico, ligado à AACC, de Campo Grande, estudava métodos semelhantes a este.

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