Em Pauta

Síndrome do marido (ou esposa) aposentado

Preparar-se para a aposentadoria

Mário Sérgio Lorenzetto | 20/03/2019 07:38
Síndrome do marido (ou esposa) aposentado

Qual é o segredo da longevidade? Como os habitantes de Okinawa (Japão), Cerdeña (Itália) e Lomas Lindas (Estados Unidos) ultrapassam os cem anos com relativa qualidade de vida? Uma das várias respostas é que entre seus hábitos saudáveis está o de preparar-se para a aposentadoria. Não se trata apenas do viés financeiro, mas de uma gama de atitudes que devem ser tomadas antes do ultimo dia no trabalho.

A velhice é como escalar uma montanha.

Quanto mais alto chegamos ao escalar uma montanha, menos forças nos restam. Mas avista desde o cume é estupenda. Temos de perder o medo da velhice. Deveríamos admirar os anos de velhice e apreciar os esforços que fizemos para conseguir essa proeza. A consciência de termos feito nosso melhor esforço nos reconcilia e nos abre um horizonte mais sereno.

Nem todos aceitam bem a aposentadoria.

Certamente a aposentadoria é uma porta que parece fechar-se deixando atras de nós uma parte importante de nossa vida. Mas a porta não se fecha, abre-se para novos e velhos amigos e para outros interesses que antes eram relegados por falta de tempo.

A síndrome do marido (ou esposa) aposentado.

Curiosamente, a maioria dos novos aposentados verão seus companheiros ou companheiras com estresse, depressão ou insônia. Passam a ter de suportar, por 24 horas, um companheiro indolente, preguiçoso no lar e que não querem compartilhar atividades agradáveis que o tempo recuperado permite-lhes desfrutar. Por essa razão, é importante que aqueles que estão próximos da aposentadoria expandam seus interesses fora do trabalho, para desfrutar melhor o fato de que já não estão sujeitos ao ritmo frenético do estresse laboral.
As mulheres, que estão acostumadas com multitarefas por toda a vida, se sentem bloqueadas por seus esposos, que depois da aposentadoria repetem continuamente uma pergunta própria de crianças pequenas: "E agora, o que faço?"
Saber aceitar a aposentadoria exige um planejamento. O contrário, uma aposentadoria sem cuidado, o levará à depressão.

A saída é um envelhecimento ativo.

Esse termo, "envelhecimento ativo", foi criado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Refere-se a um processo que envolve componentes físicos, mentais e sociais do indivíduo, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida no envelhecimento. Uma boa vida na velhice, é uma vida de mobilidade. Não apenas do ponto de vista físico, mas também mental.

A vida dos idosos na "zona azul".

A chama da "zona azul" são as regiões de Okinawa, Cerdeña e Lomas Lindas. Nelas, os idosos têm atividade física moderada e constante, têm uma dieta regular sem exageros, com uma ingestão moderada de vinho nas refeições, se mantém em um peso nunca excessivo (nem para o sobrepeso e nem para a magreza), se preparam para a aposentadoria e têm uma estrutura psíquica muito peculiar - consideram a vida uma aventura e procuram por aventuras incessantemente. A vida é bela para qualquer idade.

Nos siga no