Em Pauta

Santa Casa versus Prefeitura, o duelo continua

Mário Sérgio Lorenzetto | 05/04/2017 07:12
Santa Casa versus Prefeitura, o duelo continua

Mal o sol da nova administração surgiu, as pistolas fumegantes da Santa Casa foram acionadas. A Prefeitura defendeu-se, mas sacou uma metralhadora. Um duelo em que nenhum dos contendores morre ou sai ferido, só a plateia recebe os tiros. Bala perdida para todos os lados. Bala achada na testa dos doentes. Números são lançados como granadas, atingem apenas os que necessitam de cuidados médicos. Essa é a realidade da tal filantropia.

Acreditem, a Santa Casa é um hospital filantrópico... não visa lucros. Acreditem, todos os 365 dias do ano são por eles denominados primeiro de abril. Essa exemplar administração, todavia, traz algo inovador. Denuncia que existe o dobro de carteiras do SUS em Campo Grande, quando comparadas com a população. Seriam 1,5 milhão de carteirinhas para uma população de 860 mil habitantes. Caso não se comprove que as tais carteirinhas pertençam às populações das cidades do interior - que a Santa Casa atende em enorme quantidade - é uma bomba maior que a jogada em Hiroshima.

Consta, para os mais próximos, que o prefeito Marcos Trad teve uma discussão próxima à agressão física com o presidente da Santa Casa, Esacheu Nascimento. Apesar do assombro inicial, essa é a longa e cavernosa história das relações hospital- administração municipal. Nem Deus sabe para onde vai tanto dinheiro. Mas, por outro lado, há de se reconhecer que a Santa Casa continua sendo o maior e mais importante hospital não só de Campo Grande, mas do Estado de Mato Grosso do Sul (de troco, também é o principal centro de atenção hospitalar das nossas cidades fronteiriças).

Há muito anos ouvimos falar da construção de um hospital pertencente à prefeitura. Não passa de promessa, rapidamente esquecida por todos. Sem análise aprofundada e tornada pública diariamente, dos tais números jogados pelos duelistas, jamais saberemos a verdade. Essa é uma crise anual. Em tudo se assemelha ao aumento das passagens de ônibus e da ausência de informações de suas planilhas malfadadas. Outra intervenção se aproxima?

Um povo feliz: sem governo e sem impostos

Apenas valores tradicionais e respeito. Assim vivem uma pequena população em um dos maiores, e mais intocado, territórios do planeta. São mais de 13 milhões de quilômetros quadrados, uma área uma vez e meia maior que a dos Estados Unidos. Eles caçam no terrível e prolongado inverno; pescam, coletam pinhões, plantam batatas e cebolas no diminuto verão.

Vivem, no verão, em pequenas aldeias, com suas famílias. No inverno, dividem o imenso território que ocupam em áreas individuais de caça. Só recebem a visita de políticos, que usam grandes embarcações, de quatro em quatro anos. Os discursos são os mesmos dos nossos: afirmam que a corrupção acabará. Deixam sacos de trigo para a população das aldeias e apresentam pequenos shows musicais com belas cantoras. Só os mais jovens acompanham a movimentação.

Na "geladeira do mundo", os políticos não descem das embarcações e não recebem a população das aldeias. Falam de longe. Pouco interesse despertam. Essa pequena população não paga impostos diretos e mantêm um reduzido comércio com as demais regiões. O crédito bancário é priorizado para a aquisição de agasalhos. Com até 60 graus abaixo de zero, agasalhar-se bem é vital. Os casacos são de pele de zibelina ou de outro pequeno animal raro. Custam algo como R$2.600. Só são adquiridos pelos financiamentos bancários ou pela confecção que os familiares dos aldeões propiciam.

Esse é um território sem estradas asfaltadas ou ferrovias. O rio Ienissei, e seus afluentes, é o único caminho.

A Sibéria, conta com uma estratificação social muito diferente da existente no resto do mundo. Caçadores estão no topo da pirâmide social e os "kets", mestiços de russos com mongóis, constituem a base diminuta e miserável, com graves problemas ocasionados pela vodca. Quase todos os kets vivem nas aldeias, às margens do Ienissei. As habilidades tradicionais dos kets foram esquecidas há muito tempo.

Alguns culpam os russos pelo alcoolismo, mas outros veem com clareza que o problema é causado por eles mesmos. Raramente são proprietários de instrumentos de trabalho como plainas, machados, motosserras e motos de neve. Instrumentos que fazem a riqueza de uma família. Vivem do trabalho braçal de carregar toras de madeira. Toras cortadas pelas motosserras dos caçadores, no verão, para enfrentar o rigor do inverno. Resta apenas uma idosa que preserva a tradição do artesanato das bonecas que protegem os kets dos espíritos malignos.

A caça da zibelina. O conflito entre caçadores e ursos

Há algo que nos escapa, o urso é um animal que concorre com o humano. É o grande inimigo dos caçadores do Ienissei. Destroem as provisões, as cabanas e as armadilhas, mesmo sabendo que não encontrarão alimentos.

A pesca praticada pelos caçadores ocorre em grande quantidade no verão, mas há continuidade no inverno. O destino dos peixes é preferenciado para os cães, os únicos companheiros dos caçadores em sua vida solitária no longo inverno. Só retornam à convivência com a família na época do Ano Novo - comemorado em 06 de janeiro. A pesca é diferente da que praticamos.

Saem à noite em seus barcos que levam uma rede de aço adaptada à proa. Nessa rede crepita o fogo, a luz atrai os peixes. A pesca diurna é ainda mais estranha. Fisgam um peixe. Quando está na superfície da água, atiram para matá-lo.

No inverno, com os ursos hibernando, o inimigo passa a ser o rato. Comem as provisões que estão penduradas nas árvores em pequenas caixas, semelhantes a casas de passarinho. a saída é enrolar a base das árvores com plástico, impossibilitando os ratos de escalá-las.

Há outra concepção que também nos escapa. Os homens do Ienissei não admitem a vida em fazendas. Afirmam que um fazendeiro cria um touro, que dele se aproxima, esperando por um carinho ou alimento, mas recebe um tiro na testa. Já o animal selvagem nada espera do homem a não ser a morte. Fogem. É a disputa do mais esperto, mais forte e detentor de instrumentos contra o fugitivo.

Esse é um povo que sente-se feliz. As raras pesquisas que os estudaram mostram que estão entre os povos mais felizes e mais organizados do mundo, ainda que tenham um cotidiano de intenso trabalho. Mas uma liberdade difícil de ser encontrada em qualquer outra região do mundo.

Truques usados pelos supermercados para consumirmos mais.

Pisos variados para mover com lentidão.

A cor, o desenho e a textura dos pisos de um supermercado não deve ser uma escolha aleatória. Determinam a aceleração ou o atraso do consumidor. Na região onde vende muito, acelera. Na zona de poucas aquisições, o atraso é fator de aumento de vendas.

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