Quem quer ser presidente da Fed. de Futebol? Esculacho!

A notícia caiu como uma bomba trumpista: o presidente da Federação de Futebol recebe R$215.000 mensais. Essa fortuna entra em seu bolso em troca de vento. Para usar a principal cartola do futebol de nosso Estado não precisa ter estudado, não precisa de esforços diários, é dispensável ter noções de organização e é odioso conhecer e praticar a meritocracia, o método da boa administração, ensinado por Confúcio há mais de dois mil e quinhentos anos. Basta alguma conversa mole - e boa divisão de proventos - entre a diminuta camarilha que toca o futebol.

Se fosse uma fazenda…..

Consultei um fazendeiro com ótimas práticas de administração. Perguntei como seria uma fazenda em que o proprietário pudesse usufruir de R$215.000 mensais. A resposta é chocante! Ensinou que em uma fazenda criadora de bezerros haveria a necessidade vender 4.000 filhotes de vaca por ano. A fazenda precisaria ter aproximadamente 8.000 hectares e 5.000 vacas. As terras de uma fazenda como essa, custam aproximadamente R$150 milhões. As vacas seriam compradas por R$20 milhões. Dos 4.000 bezerros nascidos na fazenda, pelo menos a metade teria de ser consumido para a manutenção e crescimento da propriedade. É isso, se o cartola do nosso futebol administrasse uma fazenda, não venderia sequer 2.000 bezerros, necessários para continuar existindo. É um esculacho!

A “fazenda” do cartola do futebol é uma chácara.

Reza a tradição que um chacreiro tem duas alegrias: quando compra e quando vende sua propriedade. Todos sabem: chácara é sinônimo de pequenas diversões… e nenhum sucesso econômico. A “fazenda” do cartola não passa de uma chácara, muito mal administrada, sem sucesso algum, tanto no passado como no futuro. A sociedade e os governantes não podem admitir esse descalabro. A Secretaria de Turismo, Esporte e Cultura do Estado de Mato Grosso do Sul deveria exigir melhores resultados futebolísticos para continuar repassando dinheiro para os incompetentes de cartola. Assim como o governador exige resultados de cada secretário, o órgão público deveria transferir tais cobranças para os dirigentes do futebol. Qual empresa, que cuide de seu nome e marca, aceita investir em propaganda nesse futebol que pouco dista daquele praticado na várzea? Existe algum parlamentar federal ou estadual que ouse colocar emendas para reformar nossos estádios que recebem poucos torcedores? O cartola tem vencimentos de futebol de primeiro mundo com práticas assemelhadas à várzea.

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