Em Pauta

Propaganda eleitoral virou lixo

Mário Sérgio Lorenzetto | 09/08/2016 07:05
Propaganda eleitoral virou lixo

O descrédito da população cresce a cada dia. A imagem vale mais que quaisquer palavras. E real. A ideia já está em mais de uma residência. Tristes partidos.

O sonho olímpico é construído com mentiras e rios de dinheiro.

Cidades que organizam Jogos Olímpicos recorrem a orçamentos falsos e escondem custos. A conclusão é um recente estudo da Universidade de Oxford. Entre as várias polêmicas que envolvem o maior evento esportivo do mundo, estão os custos do evento, em um país que atravessa uma das maiores crises econômicas de sua história. Segundo a universidade famosa, a verdade é que os Jogos do Rio de Janeiro estão longe de ser os mais dispendiosos. A universidade comparou os gastos das Olimpíadas desde 1960.

Concluiu que a do Rio custou pouco mais de 4 bilhões de euros. Uma redução significativa face aos valores da década anterior, que se situavam na casa dos 8 bilhões de euros. A análise inclui apenas os gastos com as competições esportivas propriamente ditas. Transportes, estradas e hotéis não fazem parte do estudo. Oxford afirma que os últimos gastos, geralmente, são superiores aos dos jogos propriamente.

Qual o tamanho da derrapada no orçamento das Olimpíadas?

Outro objetivo dos acadêmicos de Oxford foi descobrir o tamanho da derrapada no orçamento inicial em cada Olimpíada. Eles descobriram que as Olimpíadas são o mega evento que mais ultrapassa os limites dos orçamentos. Afirmam que a média das derrapagens é de 176%. Eles também afirmam que o legado olímpico é irrealizável. Não passa de mentira. Também afirmam que os Jogos Olímpicos são como um cheque em branco, sempre que surge um problema, atira-se mais e mais dinheiro para eles.

O péssimo legado econômico dos Jogos Olímpicos.

A previsão da consultoria Moody´s de gastos totais de turistas durante os Jogos Olímpicos é de 386 milhões de euros. Demasiado pouco. O fluxo de turistas estrangeiros e brasileiros sem os jogos seria de 6.921 pessoas. Com os jogos vai a 7.271 turistas. Uma diferença insignificante de 350 pessoas. A Moody´s também tem dificuldades em ver melhorias a longo prazo. Prevê um impacto nas vendas circunscrito apenas às semanas dos jogos. Terminados, as vendas murcharão.

Outra consultoria, a Heuler Hermes, não tem dúvida de que a inflação pode tornar os Jogos Rio 2016 nefastos para a economia brasileira, ao invés de a ajudar. Sobe desde 2012 e, segundo a consultoria, só estabilizará em 2020. Também faz um péssimo prognóstico para as empresas situadas no Rio de Janeiro. Diz que as Olimpíadas aumentarão em 5% o número de falências na "Cidade Maravilhosa";12% delas serão microempresas.

As Olimpíadas no longo prazo poderão ajudar a promover o Rio de Janeiro como destino turístico. Mas não serão as Olimpíadas a mudar o humor dos empresários ou a convencer estrangeiros a investir no Brasil.

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