Em Pauta

Por que meia dose da vacina inglesa é melhor que inteira?

Mário Sérgio Lorenzetto | 28/11/2020 07:00
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Como o estudo de um corante chegou ao primeiro medicamento para matar bactérias? Um grupo de farmacêuticos pesquisavam um remédio contra a hipertensão e a angina, sem imaginar, chegaram ao Viagra. Uma madame inglesa foi acompanhar seu marido à Turquia, voltou com a primeira vacina do mundo ocidental. As ciências da saúde estão lotadas de exemplos de descobertas sensacionais que não estavam planejadas. Muitas delas, vem salvando milhões de vidas, e nunca foram explicadas. Ao contrário do que os políticos estão dizendo, a notícia de que a meia dose da vacina da Astra Zeneca é mais eficiente que a dose inteira,  é muito boa. A única condição é ser aprovada pela OMS e pela Anvisa.


Uma anomalia estatística?

Houve uma grande diferença de testes entre aqueles que receberam meia dose (2.741 pessoas) e aqueles que receberam dose completa (8.895 pessoas). É possível que essa grande diferença constitua o que chamam de anomalia estatística, um erro na hora de administrar a vacina. Não há mais dúvida que esse erro de administrar meia dose ocorreu. Não era para administrar assim. Mas isso constituem uma anomalia estatística? Só com a continuidade dos testes poderemos ter a resposta. Só é possível termos certeza de que essa vacina é eficaz pelo menos em 62% dos que a receberam.


O nosso corpo não sabe que está recebendo um "vírus do bem"?

A vacina de Oxford foi feita usando um vírus de chimpanzés. Ele foi modificado afim de não causar nenhum tipo de doença. Quando entra em nosso corpo, nosso sistema imunológico o identifica e cria anticorpos específicos para combatê-lo. Se o covid-19 tentar infectar nossas células, o corpo já terá uma arma pronta contra ele, a pessoa está imune. Mas esse vírus modificado do chimpanzé pode induzir uma resposta imunológica muito forte contra ele mesmo e não apenas ao covid-19. Ou seja: uma dose de vacina inicial muito forte pode gerar anticorpos que ataquem a vacina. Mas não dá para afirmar que seja essa a explicação. Só saberemos com mais dados.

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