Em Pauta

Os hospitais públicos têm péssima filtragem na internação

Mário Sérgio Lorenzetto | 17/01/2016 09:20
Os hospitais públicos têm péssima filtragem na internação

Um dos maiores problemas na saúde do país é a gestão dos hospitais públicos. Há mito anos, a Inglaterra e o Canadá estão mostrando a necessidade desse planejamento. Alguns hospitais particulares de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul aprenderam e praticam com ótimos resultados. Há necessidade de médicos e enfermeiros atendendo na hora da internação. Eles terão de responder à pergunta: o paciente precisa ser internado ou não? Se não precisa vai para um posto de atendimento, toma um remédio e volta para casa. Construir um indicador de ritmo de internação é de suma importância para os hospitais.
Uma vez internado, há também a necessidade de criar outro indicador: o de tempo médio de internação. Hoje, o tempo médio de internação nos hospitais públicos é de 15 dias. Nos hospitais particulares, fica próximo a três dias. Dinheiro público é levado pelo vendaval da má administração hospitalar. Imaginemos que algum santo desça dos céus e consiga a boa vontade desses administradores. Com a ação do santo teríamos uma redução pela metade do tempo médio de internação - 7,5 dias - seria como dobrar a capacidade de atendimento. Seria como construir novos hospitais de novo, a custo zero. Mas este é o país que só pensa em gastar montanhas de dinheiro para construir, sem jamais se preocupar em bem administrar o que está construído. Se tivéssemos dinheiro, os atuais gestores de saúde construiriam um hospital para cada paciente...e arrumariam algum argumento para construir ainda mais.

Temer X Renan, a arma é uma faca e o alvo é a costa.

Partidos brasileiros? Melhor seria "piada brasileira". Os nossos partidos não são aglomerados de pessoas com algo em comum, são piadas prontas. Quem neles acredita, deveria fazer curso de "Ingenuidade à distância".
Renan Calheiros era o todo poderoso do PMDB. Chamou o deputado federal Michel Temer ao sue gabinete. Teriam uma conversa "decisiva" para o deputado federal. Temer se lançara candidato à presidência da Câmara de Deputados pela segunda vez. O apoio do companheiro de partido era vital às suas aspirações. Renan era respeitado por muitos deputados, não só do PMDB, mas até do PT. O senador garantiu ao deputado que diria ao então presidente Lula que Temer era a escolha certa para unificar as legendas, era o candidato do PMDB. No mesmo dia, Renan Calheiros defendeu a candidatura de Aldo Rebelo na conversa que teve com Lula. Rebelo era o principal oponente de Temer. Com o apoio de Lula e de Renan, Rebelo foi eleito presidente da Câmara. As conversas entre Temer e Renan deveriam ser precedidas de uma revista em seus paletós: a arma é uma faca e o alvo é a costa. Os partidos brasileiros são isso: traições.

Enquanto a pequena política tomar conta do país não teremos uma Constituinte que faça a reforma política.

Toda semana temos a mesma pauta nacional. Haverá impeachment? Será votada alguma pauta-bomba? Qual político será preso? Contas secretas descobertas? Dólar subiu? Ministro caiu? Nossa narrativa política apequenou-se ao longo de um ano inteiro. Não se joga com impunemente com uma nação na extensão suicida que estamos praticando. O preço disso tudo está apenas aparecendo e perdurará por muito tempo. Uma sequência de ódios vai criando camadas e mais camadas de vingança. A democracia e seus Três Poderes vai se esvaziando.

Há uma inescapável conclusão: a minirreforma política em curso é um blefe, seus atores não tem a mínima disposição e interesse em reformar o jogo que está montado. Isso só leva à conclusão de que se faz necessário uma reforma através de Constituinte exclusiva, fundamentada em forte transparência e em racionalidade orçamentária.

Os gastos públicos devem ser financiados por empréstimos ou impostos?

Imagine uma família com um pai viciado em pôquer que tira dinheiro dos filhos. O pai diz aos filhos que os deixará ficar com o dinheiro neste mês, porque ele o pegou emprestado do amigo Pedro. O despreocupado caçula, Tiago, gasta seu dinheiro extra. O esperto filho mais velho, Fernando, percebe que no mês seguinte o empréstimo terá de ser pago com juros, e é provável que seu pai lhe peça o dinheiro. Fernando guarda o dinheiro de hoje, sabendo que terá de dá-lo ao pai em um mês. Fernando nota que sua riqueza não muda e não tem porque alterar seus gastos hoje.

Essa é uma antiga teoria que bem explicita que os cidadãos em geral sofrem da mesma ilusão no trato com o dinheiro que o Tiago do exemplo, e gastam o dinheiro que têm. O método de financiamento dos órgãos públicos não é diferente. Os contribuintes deveriam perceber que o empréstimo tomado por um governo hoje, levará a mais tributação no futuro. O correto, no caso de um empréstimo governamental, seria o contribuinte poupar a quantia que lhe será cobrada no futuro, mas não existe quem o faça. A resposta à indagação feita no título é: não faz muita diferença, todos teremos de pagar mais impostos. Mas, lembrem-se: não existe almoço, nem dinheiro, grátis.

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