Em Pauta

Os governantes que ouvem os cidadãos

Mário Sérgio Lorenzetto | 08/12/2016 07:08
Os governantes que ouvem os cidadãos

Em Pelotas (RS), a população decidiu, por meio de um aplicativo, acabar com o estacionamento lateral em uma avenida importante e revitalizar o espaço. Em Campinas (SP), uma versão personalizada do Diário Oficial do Município já recebeu 750 mil acessos. Em Teresina (PI), jovens recorreram a uma plataforma digital para apresentar 173 projetos voltados ao combate à violência.

Os exemplos se avolumam. Como a maioria das cidades brasileiras, esses municípios lidam com orçamentos apertados e dificuldades de planejamento, mas estão descobrindo maneiras de amenizar o que talvez seja a origem do descrédito da população com os políticos - a percepção de que não adianta reclamar dos problemas porque o cidadão comum nunca será ouvido pelos governantes.

O que acontece, em geral, é que os governantes vivem de apagar incêndios. Faz o que consideram urgente, mas não o que é importante. São gestões públicas medievais. Para se aproximar da população , cabe ao governante recorrer aos novos meios de comunicação, em especial as redes sociais, para expor os planos de ação e colher, rapidamente, as reações dos cidadãos. E isso não apenas às vésperas das eleições. Ao contrário do que imaginam e torram montanhas de dinheiro, comunicação pública não é comunicação eleitoral.

Querendo atrapalhar

O PT continua tentando atrapalhar o governo federal. Depois da derrota eleitoral e da greve nacional que não aconteceu, o partido da estrela quer que a PEC do Teto passe por um referendo com aprovação popular. A sigla está em campanha para conseguir as assinaturas necessárias para que o plebiscito ocorra. Outro erro.

5.659 foram punidos

Mesmo em situação falimentar, como na crise atual, União, Estados e Municípios são impedidos de demitir servidores incompetentes, ainda que, comprovadamente, sejam desnecessários. O problema vem da Constituinte. O artigo 41 da Constituição lhes garante a mordomia eterna. Podem se negar a trabalhar, desde que "batam o ponto", se apresentem no local de trabalho, não podem ser demitidos. Por essa razão, e pela "burrocracia", apenas 5.659 foram punidos com desligamento em todo o país, entre os anos de 2003 e 2015. Em média, foi uma demissão por município em 13 anos, após processos que se arrastam durante anos.

Telefone sem fio e impeachment

Corre nos bastidores do Planalto que, perto da época do julgamento de Dilma, o ainda presidente da Câmara, Eduardo Cunha, procurou Michel Temer para dizer que o pedido de impeachment seria arquivado. De acordo com Cunha, a bancada do PT havia prometido que não votaria à favor da cassação dele. Temer contou a Dilma, mas ao chegar de volta ao Palácio Jaburu, recebeu ligação de Cunha pedindo para ele esquecer o assunto, porque Rui Falcão, presidente do PT, estava contactando os parlamentares de seu partido para proibir os votos em favor de Cunha. Dilma teria telefonado para Falcão avisando-o da posição dos deputados. Telefone sem fio cassa presidente.

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