Em Pauta

O mercado livre é mais uma criação da Mesopotâmia

Mário Sérgio Lorenzetto | 04/07/2021 09:54
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Estamos acostumados a considerar o mercado livre como uma invenção da Grã Bretanha do século XVIII, quando o filósofo e economista escocês Adam Smith introduziu a metáfora da mão invisível. Segundo a ideia desse genial escocês, a mera soma dos egoísmos individuais gera benefícios para a sociedade e para a economia. É a soma dos egoísmos que promove o crescimento da riqueza, a divisão do trabalho, o ajuste dos preços ao valor real do produto, em suma promove um sistema de trocas - o mercado livre. É como se uma mão invisível agregasse a cobiça dos indivíduos para chegar a uma organização social considerada ótima.


Não é de Adam Smith, pertence à Mesopotâmia.

Mas a nova arqueologia acaba de demonstrar que essa ideia de criar um mercado livre não é escocesa, começou, em verdade na Mesopotâmia (atuais Síria, Iraque e Turquia). A Universidade alemã de Gotinga mostra que o primeiro mercado livre da história precedeu Adam Smith por três milênios. As evidências se referem a um sistema de trocas que surgiu na Mesopotâmia e se estendeu pelo Egito, Oriente Médio e chegou à Europa durante a Idade do Bronze. Socrátes tardaria ainda 500 anos para nascer.


Padrão de pesos e balanças.

As principais descobertas em todos esses lugares são de balanças e pesos de referência com origem mesopotâmica. A dispersão dessas balanças e pesos ocorreu sem nenhuma intervenção das autoridades políticas. Pela primeira vez na história os mercadores dispunham de um padrão para outorgar valor aos produtos desde a Turquia até a Espanha. Algo semelhante ao padrão mundial de peso que temos hoje, feito de platina e irídio, guardado perto de Paris.


Assombrosa civilização mesopotâmica.

O quadro resultante do livre comércio criado na Mesopotâmia é inspirador. Não creem? Hoje sabemos que aquelas terras regadas pelo Tigre e Eufrates nos legaram a escritura, a contabilidade, a astronomia, a musicologia e, com sua interação com o Líbano e o Egito, a invenção do alfabeto. Acrescentemos, agora, o livre mercado a essa lista sensacional.

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