Em Pauta

Manteiga cara. Manteiga desaparecida

Mário Sérgio Lorenzetto | 26/04/2017 06:27
Manteiga cara. Manteiga desaparecida

A manteiga sumiu das gôndalas dos supermercados. Quando raramente aparecem, viraram produtos para ricos. Nos últimos meses, os tabletes e potes de manteiga, que disputam espaço com as margarinas, se tornaram artigo de luxo.

A escassez se deve à menor produção de leite e à disputa entre os laticínios pelo gordura do leite que é usada para a produção de uma imensa lista de alimentos (requeijão, cream cheese, creme de leite...).

Nesse cenário adverso, o preço ao consumidor subiu 19% e entre empresas teve alta de 27%. Mas a "culpa" também é do consumidor. Assim como na Europa e nos EUA, nos últimos três anos, tem havido no Brasil uma fuga em massa das margarinas e uma migração correspondente para as manteigas.

Até uns três anos atrás, a manteiga era a vilã. Hoje, a margarina não serve nem para alimentar moscas, conforme a lenda urbana mais recente. Com a manteiga cara e desaparecida, os brasileiros mudarão seus hábitos alimentares novamente? Migrarão de volta às margarinas?

Acabou a paciência com o novo prefeito?

Durante dezenas de anos um "manual", uma tradição, rezava que qualquer prefeito eleito estaria em "lua de mel" com a população durante 6 meses, aproximadamente. Novos tempos e muita insatisfação com todo e qualquer político indicam que esse "prazo de validade" foi modificado.

Poucos mais de 100 dias se passaram da administração de Marquinhos Trad e parcela crescente da população está lhe impondo cobranças antes inimagináveis. As reclamações estão concentradas em dois tópicos - buracos nas ruas e administração dos postos de saúde.

Na euforia de início de governo, a equipe do prefeito afirmou que consertaria os buracos das ruas em 3 meses. Esta coluna foi ouvir especialistas e taxistas. Todos afirmaram que o prazo razoável seria de um ano, mas se conseguisse arrumar muito dinheiro conseguiria resolver os problemas em 6 a 8 meses. O ufanismo de entrada na prefeitura queimou um serviço que deveria ser um sucesso logo a seguir.

Sem dúvida, seu Secretário de Saúde, Marcelo Vilela, é um dos nomes mais preparado e credibilizado para assumir essa pasta. Todavia, mesmo os melhores podem ser "torpedeados" internamente. O fogo amigo parece não cessar, atacam internamente o secretário a todo instante. Esse ataque não ocorre apenas entre seus colegas de profissão que deveriam atender nos postos de saúde, há cargos de mando importantes que desejam a desistência do secretário para assumir seu lugar.

Recordam que Marcelo Vilela foi um dos últimos a aceitar assumir o duro encargo de liderar a pasta de saúde. E assumiu com alguma relutância. Essa é uma das mais difíceis tarefas em uma prefeitura de capital. O SUS que origina parte importante do dinheiro para a saúde não é de graça, pelo contrário, é uma desgraça. É o planejamento brasileiro melhor copiado - de Cuba e do Canadá - e pior tratado.

A politicagem nele impera. Todos querem levar vantagem. Assim, a população só viu melhorar a quantidade de medicamentos nos postos. Bernal, o pior prefeito da história de Campo Grande, deixou os postos com falta de tudo. Mas a falta de médicos nos postos continua e não cessará com a contratação de novos 100 médicos.

Há motivações para o esvaziamento do entusiasmo inicial. Mas falta dinheiro para resolver os problemas. Esse o cerne do problema. Atualmente, são mais de R$180 milhões em dívidas da gestão anterior, acrescidos de R$34 milhões por mês em 2017. Não sabem como estancar a sangria...

Abacate estoura as vendas na China

O abacate era uma fruta quase desconhecida na China até há 5 anos. Em busca de uma alimentação mais saudável, os chineses abriram as portas para a eficiência na vendagem de abacates dos mexicanos.

O México começou a exportar abacates para a China em 2011. Organizaram campanhas promocionais da fruta com chefs de cozinha ensinando vitaminas e receitas de tofu com abacate. Em seguida, foi a vez do Chile descobrir a mina do abacate.

O país sul americano tem a vantagem de manter um acordo de livre comercio com os chineses e vendem o abacate com uma diferença de 10% do concorrente mexicano. Como o Peru também tem um acordo de livre comércio com a China, também entraram na onda do abacate vendendo um produto denominado "big mac", mais pesado que as variedades mexicanas e chilenas.

Também há sinais de que empresas chinesas vem procurando fazendas de abacate no exterior para garantir a onda. Estão comprando uma fazenda de abacates da Austrália por US$200 milhões. Como o Brasil só produz soja e dorme em berço esplendido, nem mesmo pensamos em concorrer com os demais países.

Nos siga no