Em Pauta

Fazendeiros e microempresas são os próximos alvos do aumento de impostos

Mário Sérgio Lorenzetto | 02/02/2016 10:30
Fazendeiros e microempresas são os próximos alvos do aumento de impostos

Quase ninguém duvida que devemos ter mudanças no sistema previdenciário brasileiro. A proposta que viceja em Brasília neste momento é aumentar a carga tributária para fazendeiros e microempreendedores individuais. Para os fazendeiros a ideia em voga é acabar com a isenção para aqueles que exportam seus produtos. Basta exportar um dólar que eles deixam de pagar a contribuição previdenciária patronal que é de 2,6% sobre o faturamento. No ano passado o incentivo para os fazendeiros exportadores onerou os cofres de Brasília em R$ 5,3 bilhões. Para os microempreendedores o "presentinho" almejado por Brasília é elevar a alíquota de 5% do salário mínimo para 8%. Nunca se viu tanto aumento de impostos neste país.

Dilma no Congresso no dia 02 de fevereiro ou o caos.

Não há presidencialismo sem presidente. A presidente precisa assumir sua responsabilidade. Não dá mais para delegar a um ministro ou a quem quer que seja. O povo irá às ruas para exigir o impeachment? Essa alternativa está cada vez mais distante. O que resta é o mandato da Dilma. E sem reformas prolongaremos a crise econômica por muitos anos. Dilma precisa colocar o Congresso Nacional em ordem.

Há necessidade de aprovar alguns projetos vitais para o país. Na abertura do Congresso, no dia 02 de fevereiro, o governo terá de apresentar uma reforma da Previdência, da legislação trabalhista e a desindexação e desvinculação das despesas contidas no orçamento da União.

As propostas de Lula para reanimar a economia com expansão do crédito não têm futuro algum. Não há falta de crédito no país. Há falta de tomador. É a mesma visão canhestra de anos atrás, colocar dinheiro do FGTS, do BNDES, do Banco do Brasil, para reanimar a economia. Ele quer a volta do "vamos financiar tudo". Será que ele conseguiu uma passagem para Marte? Não sabe que a dívida do brasileiro é impeditiva para contrair novos empréstimos? Foi Lula o autor da façanha de destruir a capacidade dos brasileiros de comprar dinheiro. Ainda deseja repetir a mesma política de endividamento generalizado. No passado era para eleger e reeleger a Dilma. Agora, tal política servirá, no entendimento petista, para eleger prefeitos. Almejam o poder para destruir o país.

Sem reformas, o caos estudado por muitos economistas e analistas é perder mais 3% do PIB neste ano e outros 4% em 2017. E em 2018, aparecer alguém que tire o governo e o país do coma a que estaremos submetidos. Sangrar o governo até se aproximar da morte, essa é a agenda tentadora para Cunhas e Aécios. Só esquecem que não é tão somente o governo que está sangrando e sim toda a população.

Dilma se assemelha a um Itamar de saias.

O primeiro ano do Dilma II se parece com o governo de Itamar Franco. Não são vistas pessoalmente como figuras corruptas, mas como excêntricas, capazes de discursos e atitudes incompreensíveis. Em uma só frase da moda: "fora da casinha". Teme-se as manias e arroubos de Dilma tanto quanto se temia a impulsividade de Itamar. Os dois tiveram um exíguo espaço de ação, limitado por seus "companheiros", aliados e oposicionistas. E, ainda que a memória de muitos tenha deletado, o governo Itamar foi uma confusão para ninguém botar defeito. Só de ministros da Fazenda foram três nos sete primeiros meses de mandato.

Um município baiano virou "a capital brasileira do agronegócio". Mato Grosso do Sul aparece na décima quarta posição.

A Bahia surpreende o agronegócio brasileiro. Um município baiano acaba de desbancar a cidade de Sorriso no vizinho Mato Grosso. São Desiderio, a cidade baiana chegou ao topo do ranking dos municípios brasileiros com maior valor da produção agrícola.

O carro-forte de São Desiderio é o algodão. A área total plantada é de 525 mil hectares e o valor das colheitas aumentou 33%, chegando a R$2,3 bilhões. Maracaju, no Mato Grosso do Sul, ocupa a décima quarta posição com 478 mil hectares plantados e valor de produção de R$1 bilhão. Em décimo oitavo lugar aparece Ponta Porã, com quase 361 mil hectares plantados e valor de produção de R$917 milhões. Rio Brilhante surge na vigésima quinta posição com 284 mil hectares plantados e valor de produção de R$793 milhões.

Como era doce meu desemprego.

Desde o começo da Revolução Industrial o aumento da produtividade sempre causou preocupação com os empregos. Quando inventaram o primeiro tear a vapor, no século XVI, a rainha da Inglaterra, Elizabeth I (1533 - 1603), recusou a ideia, temia o desemprego nas tecelagens. No século XVIII, com as máquinas já em atividade, a sabotagem era tão frequente que passou a ser punida com a pena de morte. Em seguida foi a vez do grande economista John Maynard Keynes (1883 - 1943). Ele atualizou a crítica ao desemprego durante a Grande Depressão, na década de 1930: "Estamos sendo afligidos por uma nova doença da qual ainda não se ouviu falar o nome, mas será importante nos próximos anos", disse Keynes e criou o termo "Desemprego Tecnológico". Era a "época ingênua" do desemprego. Ele vem se acelerando. Com a internet, a partir de 2.000, a tecnologia passou a destruir empregos em velocidade maior do que é capaz de criá-los. A cada dia mais e mais profissionais qualificados trabalham como taxistas ou atendentes de lanchonetes...Apple, GE, Ford e Whirpool estão reabrindo fábricas quase totalmente automatizadas. A fábrica da Philips em Drachten, na Holanda, produz barbeadores elétricos com 126 robôs e apenas algumas dezenas de empregados. Como era doce meu desemprego.

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