Em Pauta

É mentira que Mata Hari foi espiã. Apenas amou

Mário Sérgio Lorenzetto | 15/02/2019 08:00
É mentira que Mata Hari foi espiã. Apenas amou

O que nos contaram. Mata Hari (1876-1917), nascida como Margaretha Geertruida Zeller, virou o ícone da espionagem feminina. A essa holandesa de família com bom patrimônio, acusaram de trair soldados franceses em prol dos alemães na Primeira Guerra Mundial. Depois de ser julgada por passar informações secretas do governo francês ao alemão, Mata Hari foi condenada à morte em julho de 1917. Em 15 de outubro desse ano, um pelotão de fuzilamento acabou com sua vida. "Parbleau!, Esta dama sabe morrer" , contam que exclamou um dos soldados do pelotão.
O que realmente aconteceu. Não há nenhum documento que confirme que Mata Hari foi espiã. Sua execução pouco ou nada teve a ver com sua atividade como espiã. Em realidade, acabou sendo um bode expiatório.
A estratégia do alto comando das tropas francesas virou um autêntico desastre que teve como consequência milhares de mortes nas trincheiras. Para desviar a atenção da responsabilidade desse comando e ludibriar a atenção da população, acusaram Mata Hari de ser a única culpada dos catastróficos acontecimentos. A única "culpa" que poderiam acusar Mata Hari é de ter-se enamorado de Vadim Maslov, um oficial do exército russo. Quando esse foi ferido, Mata Hari quis reunir-se a ele na Rússia e, para isso, necessitava de um visto. Para consegui-lo, teve de informar a Karl Kraemer, Cônsul alemão em Amsterdam, dos movimentos do exercito francês. Não era uma informação nem mesmo sigilosa. Foi aí que a tacharam como espiã, quando só o fez por amor. Todas as acusações que lançaram sobre ela eram imprecisas e não mencionava nenhum secreto que fora transmitido ao inimigo.

É mentira que os piratas tinham gancho e perna de pau.

O que nos contaram. Primeiro vamos à definição de pirata. Ele seria um homem que se dedicava à abordagem de navios para roubar. Outra de suas características é de uma pessoa cruel e sem piedade. Os,piratas transcenderam o imaginário coletivo usando gancho no lugar da mão, perna de pau, tapa olhos e levavam papagaios pendurados nos ombros.
O que realmente aconteceu. Não há nem rastro de um só pirata com gancho, perna de pau, tapa olho ou papagaio nos ombros. Não passa de teatralização. A literatura e Hollywood construíram os piratas que aparecem em Peter Pan e nos Piratas do Caribe. Apesar de que um gancho podia ser uma arma em alto mar, a realidade é que o consideravam um aposentado sem direito a embarcar. É certo que muitos deles perderam as pernas, mãos e olhos em pleno fragor da batalha. E quando isso ocorria, como contava o cirurgião de piratas Exquemelin (1646-1717) em sua autobiografia "Piratas na América", os piratas recebiam uma recompensa. "Pela perda de um braço direito 600 pesos ou seis escravos, pelo braço esquerdo 500 pesos ou cinco escravos, pela perna direita 500 pesos ou cinco escravos e pela esquerda 400 pesos ou quatro escravos, por um olho 100 pesos ou um escravo e o mesmo para um dedo", explicava Exquemelin.

É mentira que existiu um telefone vermelho entre Kennedy e Kruschov.

O que nos contaram. Que durante a crise dos mísseis em Cuba o mundo esteve na borda de uma guerra nuclear orquestradas pelos Estados Unidos, com John F.Kennedy, e pela União Soviética, comandada por Nikita Kruschov. Foi então, com o fim de evitar um debacle atômico, quando os dois mandatários instalaram um telefone vermelho para tentar entender-se antes de lançar os mísseis.
O que realmente aconteceu. Não era telefone e nem de cor vermelha. A imprensa inventou que era um telefone para dar a ideia da velocidade das conversações. Acrescentaram a cor vermelha porque sugeria uma linha para tratar de assuntos quentes. Esse canal de tratativas era, em verdade, uma linha de teletipo encriptadas para tratar de assuntos de alta relevância com a finalidade de evitar uma guerra qualquer que fosse.

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