Em Pauta

Criar novos municípios – Ipea aponta desvantagens nesta prática

Mário Sérgio Lorenzetto | 30/01/2014 07:28
Criar novos municípios – Ipea aponta desvantagens nesta prática

Não houve vantagem em criar novos municípios nos últimos anos

Para quem vive em um distrito do Mato Grosso do Sul, não há sonho maior: a emancipação, deixar de ser distrito para ser município. Para alguns, como Anhanduí, em Campo Grande e Amandina em Ivinhema, a luta pela transformação em município conta com dezenas de anos.

O Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) diz que eles estão equivocados. No dia 17 de janeiro, o Ipea lançou a edição 2013 do seu "Brasil em Desenvolvimento", uma publicação, que entre outros temas, investigou os efeitos das novas criações de municípios no país. Contrariando antigos argumentos de que a emancipação promove desenvolvimento, o estudo mostra que a renda per capita nos novos municípios cresceu menos que a dos mais antigos.

Os distritos emancipados entre 1991 - 2000 cresceram 7,8% menos que os antigos. O Ipea diz que a emancipação, por si só, não aumenta o gasto público e nem implica em um crescimento econômico ou diminuição das desigualdades. Apenas gera uma redistribuição de recursos entre os entes federados. Bom para os políticos que promovem a luta por essas emancipações, ruim para as populações. Esta é a conclusão.

Relatório da Oxfam mostra mundo mais desigual e traz boas notícias para o campo

A Oxfam é uma ONG que surgiu em 1942 para combater a crise alimentar surgida no período da guerra mundial. A maior de suas preocupações está na crescente desigualdade mundial. Ela acaba de emitir um vasto relatório com a clara intenção de ocupar espaço na mídia mundial. Também atuou para obrigar a reunião dos países mais ricos em Davos a se portar em atitude defensiva. E um relatório com alta carga de ideologia em suas linhas, mas com números corretos, combate os ricos e defende as populações mais pobres de todo o mundo.

Afirma categoricamente que o mundo produz mais alimentos do que necessita, mas que um quarto são jogados no lixo nos pelos países ricos ou promovem a obesidade. Cinquenta por cento das populações dos países ricos são de obesos. Já nos países em desenvolvimento, 1 bilhão de pessoas passam fome. A proposta da Oxfam é de chocar os ricos.

Para o Brasil, as informações relatadas pela Oxfam são boas

Confirma o que sabemos - a fome caiu em um terço entre 2000 e 2007. A Oxfam publicou um estudo sobre mudanças climáticas mundiais que trás um vento de esperança para os produtores rurais (a ONG trata esse estudo com preocupação para a fome no mundo). A previsão é de elevadas melhorias nos preços dos alimentos até o ano de 2030.

O preço do milho aumentará em mais de 80%. Para os rebanhos a previsão é de se aproximar dos 80% de aumento. O estudo trás um quadro não muito esperançoso para os produtos de carne processado - nos próximos 16 anos terão aumento na casa dos 30%. A impressão que fica na leitura desse relatório é a de que o que é ruim para o mundo é bom para os produtores rurais brasileiros. Feliz 2030.

Comer fora de casa custa caro, bastante caro

É o que pensam os empresários desse setor, food service, ao se associarem para modificar os preços dos alimentos e bebidas que vendem. Estão unidos os gigantes Ambev, Nestlé, Coca Cola, Marfrig, Spoleto, Outback, Subway e Unilever entre outros.

Todos eles entendendo que comer fora de casa nas grandes cidades brasileiras custa tanto ou mais do que se paga em metrópoles como Nova York ou Paris. E isso não se refere apenas aos restaurantes mais badalados. A conta do globalizado hambúrguer no Brasil também é mais alta do que a cobrada em grandes centros internacionais. Resultado: o número de pessoas que faz suas refeições fora de casa é bem menor no Brasil do que nas principais economias.

Eles dizem que o custo de comer fora de casa e muito alto porque a logística é ineficiente se comparada como resto do mundo. No Canadá, por exemplo, tem lanche que sai com batata congelada e chega rapidamente a qualquer parte dos EUA.

Variação do preço do Big Mac é tamanha, que sanduíche tem índice próprio

O índice Big Mac, desenvolvido pela revista The Economist, é um bom indicador das disparidades dos preços das refeições fora de casa em relação a outros mercados. O lanche brasileiro permanece 16% acima do valor cobrado nos EUA e só custa menos do que na Noruega, na Venezuela, na Suíça e Suécia.

O food service não é mais lazer, faz parte da alimentação do trabalhador, que migrou da fábrica para o segmento de serviços. Para as gigantes empresas, a porcentagem de brasileiros que faz algum tipo de refeição fora de casa poderá crescer bastante e atingir patamares semelhantes aos dos países ricos. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), do total gasto com alimento, de 31% a 34% são decorrentes do consumo fora do lar. Nos países desenvolvidos, a participação chega a 50%.

Brasileiro é um povo apaixonado por... conectividade em automóveis

Navegação, informação e entretenimento, segurança e na integração de dispositivos nos automóveis estão entre os itens observados pelos brasileiros ao efetuar a compra desse bem. Este é um dos resultados de pesquisa global da empresa Accenture, que ouviu 14 mil consumidores de 12 países. Além do Brasil, foram sabatinados compradores da China, França, Alemanha, Indonésia, Itália, Malásia, África do Sul, Coreia do Sul, Espanha e Estados Unidos.

Ficou constatado que entre os brasileiros:

O mundo está em crise e parte dela está na falta de investimento na educação

Os governos absorvem US$ 129 bilhões ao ano em perdas decorrentes da crise na aprendizagem. É um problema mundial. Ontem, a Unesco – órgão das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura – apresentou a décima primeira edição do Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos. O estudo aponta que, além das perdas, os recursos são aplicados de maneira indevida. Este é o caso do ensino primário onde, segundo a Unesco, 10% dos investimentos são direcionados a educação de baixa qualidade.

O órgão incentiva o investimento na qualificação e aumento da quantidade de professores para melhorar os índices e dá um prognóstico preocupante: diz que a crise vai permanecer por várias gerações e afetar com intensidade os desfavorecidos. As principais vítimas do analfabetismo são as meninas, em especial nas regiões mais pobres do planeta, como Sul e Oeste da Ásia e a África Subsaariana. Até 2015, serão necessários mais 5,2 milhões de professores.

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