Em Pauta

Comemoração da vinda de Jesus sai de Roma e atinge os países do norte europeu

Mário Sérgio Lorenzetto | 25/12/2015 08:10
Comemoração da vinda de Jesus sai de Roma e atinge os países do norte europeu

Ninguém sabe como eram as primeiras comemorações do nascimento de Jesus Cristo na Roma Imperial. Mas é fato que hábitos como as trocas de presentes e as refeições demoradas com muitos pratos, aconteciam, ano após ano. Ao longo da Idade Média, enquanto os missionários saiam de Roma e do Oriente Médio, espalhando o cristianismo pela Europa pagã, costumes de outros povos foram sendo incorporados à comemoração do nascimento de Jesus. O costume que deixou um legado mais forte foi o Yule, a festa dos povos do norte europeu para o solstício de inverno. A árvore de natal, as casas enfeitadas com motivos do inverno e até o famoso presunto da ceia, são originários do Yule. Outra contribuição importante dos povos nórdicos foi a figura que dá presente para as criancinhas. Ele era um gnomo e não um velhinho barbudo e barrigudo.

O Papai Noel é turco.

Imaginem a Turquia no século 4. Pois é lá que surge o Papai Noel. Myra era a cidade onde viviam três pobres moças. Hoje Myra é um importante sítio arqueológico, uma cidade construída nas pedras de uma montanha da parte asiática da Turquia (Anatólia).O destino das três pobres moças estava traçado - seriam prostituídas. Era esse o costume. As moças para conseguir um marido tinham de, obrigatoriamente, ter um dote. Algum dinheiro para doar ao futuro marido ou a prostituição. Foi então, que em uma noite de inverno, um homem misterioso jogou um saquinho de ouro pela janela. Na noite seguinte atirou outro saco de ouro, e na terceira noite, mais um saquinho com ouro. Alguns diziam que os sacos com ouro teriam sido jogados pela chaminé. As meninas usaram o ouro como dote para os casamentos e viveram felizes para sempre com seus maridos. Tudo graças ao sujeito dos saquinhos de ouro. O nome dele era Papai Noel. Em verdade, o sujeito existiu, o nome correto dele era Nicolau, o bispo da cidade de Myra. Não existem registros históricos sobre a vida de Nicolau de Myra, mas lendas há aos montes. Logo atribuíram toda sorte de milagres a ele. E um século após sua morte, o bispo foi canonizado pela igreja católica. Virou São Nicolau. Era um santo de muitos milagres e devoções. Padroeiro das crianças, dos mercadores e dos marinheiros. E foram esses marinheiros e mercadores que levaram a fama de Nicolau para todos os rincões da Europa.

O "médico" que criou a imagem do Papai Noel.

O bispo Nicolau acabou virando o garoto-propaganda mais utilizado da história. Até meados do século XIX, o Papai Noel era um bispo mesmo. Um velhinho magrinho com manto e mitra (chapéu de abas longas usado pelas autoridades católicas). Fizeram uma "plástica" no Papai Noel. O "cirurgião" foi o desenhista norte-americano Thomas Nast, que em 1862, tirou o chapéu religioso, adicionou alguns quilos a mais no velhinho, arrumou uma roupa vermelha e estabeleceu o endereço dele no Polo Norte, para que não pertencesse a nenhum país. Nascia o Papai Noel de hoje. Todavia, a figura do bom velhinho só "bombaria" mesmo em 1931, quando uma série de anúncios da Coca Cola o conduziu ao estrelato.

Presente para as meninas: sai Barbie, entram as novas Super Hero Girls.

A Barbie acaba de fazer 55 anos. Não faz mais sucesso. Nos últimos três anos, as vendas da boneca e de seu entorno - namorado, amigos, carro conversível e casa de praia - vêm caindo. O valor de mercado da Mattel, a empresa que produz a Barbie, despencou 45% em um ano. Adiós, Barbie. As bonecas Super Hero Girls, que retratam heroínas e vilãs dos desenhos animados, foram desenvolvidas a partir de ideias de garotas entre 6 e 12 anos. Muitas delas reclamaram que as versões antigas não pareciam aptas a lutar. Tradicionalmente, as heroínas feitas pela Mattel tinham pouca roupa, seios grandes e lábios carnudos, em um reflexo do processo de criação conduzido por homens. As novas bonecas passaram pelo crivo de entidades feministas e se parecem mais com mulheres reais - são atléticas e vestem roupas confortáveis. O exemplo é a Mulher-Maravilha. A versão antiga vestia um corpete e um short tão justo que parecia uma calcinha. A nova, usa calça comprida, camiseta de manga curta e tem cabelo liso.

Monarquistas de passeata.

Não é para ser diferente. Não é possível imaginar um monarquista-petista. Os raros espécimes da raça nobre saíram do formol e foram às passeatas. No início eram quatro e no final do movimento, tinham atingido a marca de trinta adeptos do retorno do Brasil Imperial. Um sacudia uma bandeira, imperial é claro, de um lado para o outro. Outro ensinava que o verde de nossa bandeira não simboliza nossas matas e, em verdade, simboliza a cor da "Casa dos Bragança", nobres portugueses. Continuando com a aula, o monarquista dizia que o amarelo da bandeira nada tem a ver com o ouro que no Brasil existia - seria uma homenagem à "Casa dos Habsburgos", à qual pertencia Maria Leopoldina da Áustria, esposa de D.Pedro I. Até a Constituinte de 1988 era proibido defender o retorno à monarquia. Hoje, seus simpatizantes se manifestam livremente. O principal argumento dos nobres e seus seguidores é de que a monarquia "dá um charme, um glamour, um plus". Se esquecem de que teríamos mais um batalhão de "inúteis" para o povo sustentar. Mas é de se concordar - o "fora Dilma" entoado pelos nobres é diferente (com dois "r").

Nos siga no