Em Pauta

Cães: está confirmado, você têm um simpático mentiroso

Mário Sérgio Lorenzetto | 05/03/2019 06:35
Cães: está confirmado, você têm um simpático mentiroso

Cori têm uma capacidade assombrosa de converter-se em um espectro, sem peso e nem massa. Vira um fantasma quando é hora de ir para o banho. Outra de suas especialidades é a perfeita combinação de três movimentos: pequenos e baixos latidos, como se estivesse se lastimando, um olhar suplicante e charmosas batidas das patinhas dianteiras em qualquer pessoa que use garfo e faca. Ao ouvi-la, alguém pensaria que a Inquisição a esta torturando ou que morrerá de inanição, quando a verdade é que acabou de comer, como um frade medieval, há dez minutos.

Sig dribla a Cori.

Seu maior amigo, Sig, é capaz de incitá-la a correr atrás dele, como se fosse defender a casa de um perigo para, em seguida, retroceder no caminho e voltar onde está o petisco almejado.
Todos que convivemos com cães somos surpreendidos com suas capacidades de observação e seus notáveis dotes picarescos. São engraçados por natureza. Também podemos observar que são simpáticos mentirosos, enganadores.

Existe o engano tático.

A ciência já explicou que eles entendem o que dizemos, como dizemos e que recordam nossos movimentos. Agora, uma pesquisa demonstra como nossos melhores amigos são capazes de enganar-nos para conseguir um objetivo - chamam de "engano tático" - por exemplo, um pedaço de salsicha.

A pesquisa feita pela Universidade de Zurique.

Os cientistas de Zurique, na Suíça, trabalharam com 27 raças, machos e fêmeas. Durante quatro dias e junto a seus donos, lhes apresentaram a dois tipos de pessoas que não conheciam. Eram mulheres da mesma idade. Uma delas - chamada de "cooperadora" - sistematicamente lhes dava pedaços de salsicha que estavam ocultas em um recipiente. A outra mulher - denominada "competidora" - guardava o alimento no bolso e não dava para os cães.
Depois de várias provas, os animais tinham de guiar essas mulheres até uma de três recipientes dispostos em fila. Um ocultava salsicha, outro tinha ração seca e o último estava vazio. O resultado foi que quase todos os cachorros assinalavam o recipiente onde se escondia a salsicha à mulher cooperadora. E acabavam comendo, é claro. Mas também levavam a mulher competidora à vasilha vazia, porque depois, tinham a possibilidade de levar a cooperadora onde estava a salsicha. Driblavam a competidora que não lhes daria salsicha. Enganavam taticamente. São muito mais inteligentes do que alguns humanos pensam.

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