"Beba água". Em excesso, um mito prejudicial e duradouro
Mário Sérgio Lorenzetto | 29/08/2020 08:39
Se faz necessária algumas considerações sobre o mais vital de nossos macronutrientes: a água. Consumimos cerca de 2,5 litros de água por dia, embora em geral não tenhamos consciência disso, já que metade vem contida em nossos alimentos. A convicção de que devemos tomar 8 copos de água por dia (algo como dois litros) é o equívoco dietético mais duradouro que existe.
Um equívoco de 1945 virou mito.
Essa ideia remonta a um artigo de 1945 do Conselho de Alimentação e Nutrição do governo norte-americano, observando que esses 2 litros diários era a quantidade consumida pela pessoa na média em um dia. O que aconteceu foi que as pessoas meio que confundiram com a ideia de que essa era a ingestão necessária. Não é. Varia muito de pessoa a pessoa. E a outra confusão foi que começaram a dizer que precisamos tomar esses 2 litros de água fora qualquer outro líquido que bebemos junto com as nossas refeições. Nunca houve a mínima evidência disso.
Essa ideia remonta a um artigo de 1945 do Conselho de Alimentação e Nutrição do governo norte-americano, observando que esses 2 litros diários era a quantidade consumida pela pessoa na média em um dia. O que aconteceu foi que as pessoas meio que confundiram com a ideia de que essa era a ingestão necessária. Não é. Varia muito de pessoa a pessoa. E a outra confusão foi que começaram a dizer que precisamos tomar esses 2 litros de água fora qualquer outro líquido que bebemos junto com as nossas refeições. Nunca houve a mínima evidência disso.
Bebidas cafeinadas não são diuréticas.
Outro mito persistente relativo à ingestão de água é a crença de que bebidas cafeinadas são diuréticas e fazem você urinar mais líquido do que ingeriu. Essas bebidas talvez não sejam a melhor opção de refresco, mas por outro lado, contribuem para seu equilíbrio hídrico pessoal. A sede, curiosamente, não é um indicador confiável de quanta água você precisa.
Outro mito persistente relativo à ingestão de água é a crença de que bebidas cafeinadas são diuréticas e fazem você urinar mais líquido do que ingeriu. Essas bebidas talvez não sejam a melhor opção de refresco, mas por outro lado, contribuem para seu equilíbrio hídrico pessoal. A sede, curiosamente, não é um indicador confiável de quanta água você precisa.
Chocante: a sede não mede corretamente a necessidade de água.
Mesmo que a pessoa beba toda a água que quiser após passar muita sede, em geral ela afirma se sentir saciada depois de tomar apenas um quinto da quantia perdida na transpiração. Esse é um dado chocante. Após passar sede, é necessário tomar muito mais água do que você está sentindo ser necessário.
Mesmo que a pessoa beba toda a água que quiser após passar muita sede, em geral ela afirma se sentir saciada depois de tomar apenas um quinto da quantia perdida na transpiração. Esse é um dado chocante. Após passar sede, é necessário tomar muito mais água do que você está sentindo ser necessário.
Beber água demais pode ser perigoso.
Em geral, seu corpo administra com perfeição o equilíbrio de líquidos. Mas as vezes, as pessoas tomam tanta água que os rins não conseguem eliminá-la com rapidez suficiente e acabam diluindo perigosamente os níveis de sódio no sangue. Assim, desencadeiam um problema conhecido como "hiponatremia".
Em geral, seu corpo administra com perfeição o equilíbrio de líquidos. Mas as vezes, as pessoas tomam tanta água que os rins não conseguem eliminá-la com rapidez suficiente e acabam diluindo perigosamente os níveis de sódio no sangue. Assim, desencadeiam um problema conhecido como "hiponatremia".
A moça que morreu de beber água.
Há muitos casos relatados na medicina desse consumo exagerado e fatal de água. Um dos mais famosos foi o caso da jovem californiana chamada Jennifer Strange, que em 2007, morreu após tomar 6 litros de água em 3 horas, em uma competição irresponsável promovida por uma rádio. Como ela, em 2014, um jovem jogador de futebol da Geórgia, queixando-se de cãibras após o treino, tomou 7,5 litros de Gatorade. Pouco depois, entrou em coma e morreu.
Há muitos casos relatados na medicina desse consumo exagerado e fatal de água. Um dos mais famosos foi o caso da jovem californiana chamada Jennifer Strange, que em 2007, morreu após tomar 6 litros de água em 3 horas, em uma competição irresponsável promovida por uma rádio. Como ela, em 2014, um jovem jogador de futebol da Geórgia, queixando-se de cãibras após o treino, tomou 7,5 litros de Gatorade. Pouco depois, entrou em coma e morreu.