Em Pauta

Alguns queijos contêm muita fécula de batata

Mário Sérgio Lorenzetto | 06/01/2018 09:30
Alguns queijos contêm muita fécula de batata

Quando fazemos as compras e escolhemos um queijo para o sanduíche ou um ralado para adicionar à pasta, muitas vezes o que compramos não é precisamente queijo. Em alguns pacotes nem se menciona a palavra "queijo", usam "sanduíche", "para gratinar" e outras milongas para enganar. O envoltório joga com a imagem do queijo e engana.
Por que? Porque esse alimento não cumpre com as normas que especificam o que é um queijo verdadeiro. A definição institucional do que é queijo significa: o produto obtido do leite - total ou parcialmente desnatado - da nata, do soro, ou de uma mistura de alguns ou de todos esses produtos. E fim. Sem a adição de qualquer outro produto.
Como enganam? Adicionam grandes quantidades de gordura vegetal ou de antiapelmazantes (produtos para evitar a absorção da umidade e formar grumos), no caso dos queijos usam a fécula de batata. Algumas vezes os "queijos" estão cheios de amido, manteiga e proteína láctea. Dessa maneira conseguem usar matérias primas mais baratas, de menor qualidade e recorrer a uma menor percentagem de queijo. Como fazer para não ser enganado? Acostume-se a ler as tabelas de ingredientes de tudo que compra. Leia a tabela que está na embalagem do "queijo" e não pague por batata.

O grande negócio do sono infantil.

"E teu filho, dorme a noite inteira?" "Não, não dorme a noite toda". O sono do bebê têm sido motivo recorrente de esgotamento e preocupação dos pais. Pelo menos de algumas décadas até agora. O sono infantil normal se transformou em um problema porque criaram uma desconexão entre a biologia e a cultura nos finais do século XIX, quando os pais começaram a colocar os bebês em quartos separados e esperavam que dormisse a noite inteira. Na maior parte do mundo o normal segue sendo o bebê dormir no mesmo quanto de seus pais. Inclusive era assim no Ocidente até 200 anos atrás, quando as casas com mais de um dormitório eram raras. A ideia de que as crianças durmam sozinhas é algo recente na história da humanidade.
Hoje, e especialmente os urbanos, vivemos afogados em estresse diário. Ao estresse, se une o choro de um bebê ou de uma criança pequena que desperta chorando em alguns intervalos de tempo. Alguns dizem que é uma tortura. Não em vão, um estudo publicado na revista científica "Sleep" chegou à conclusão de que as interrupções contínuas do sono são mais prejudiciais para a saúde do que dormir continuamente por poucas horas. Somem outro obstáculo a essa equação: a preocupação e o sentimento de culpa que tornam os pais pediatras e cientistas do sono. Para acalmá-los deveriam recomendar a leitura da "Classificação Internacional de Transtornos do Sono da American Academy of Sleep Medicine". Eles dizem com total clareza que um bebê dormir sozinho, sem a ajuda de seus pais, seria patológico.Uma criança para dormir necessita de seus pais, bem como para voltar a dormir também necessita deles. Essa Associação dos EUA diz que há crianças inseguras, com déficits afetivos por culpa dessa situação. Desde o início dos tempos os bebês dormem no peito, nos braços dos pais, sentem-se tranquilos, não têm medo.

Dorme nenê, um negócio rentável.

O sono infantil se converteu em um grande negócio. Tudo começou em 1986 com a venda dos livros com o "Método Feber". Em princípio, esse método era uma solução para um "problema". Surge um índice, ninguém sabe de onde. Algo como 30% das crianças teriam problemas de insonia. Desses 30%, mais de 90% tinham problema com a aprendizagem do sono. O sono seria um hábito e todo hábito pode ser ensinado. A ideia é correta, mas como o mundo Ocidental inteiro começou a usar essa teoria, criou enormes problemas para milhões de crianças que não deveriam ser "ensinadas" por terem qualidades diferentes de sono e por terem de enfrentar sozinhas situações de risco a sua saúde. O método de ensinar os bebês a dormir e a deixá-los sozinhos chorando não pode ser usado para todos.
Nos EUA e na Europa, além dos livros dedicados ao sono das crianças, começaram a utilizar a melatonina, um hormônio produzido por diversos animais e plantas, que têm influência sobre o sono. Começaram a vender a melatonina para crianças em forma de todos os incipientes imagináveis - cápsulas, comprimidos... Milhões de dólares são faturados na vendagem da melatonina e o resultado é praticamente nenhum. Os espertalhões ficando ricos e as crianças continuam chorando.

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