Em Pauta

A xenofobia e o alto lucro existem desde o início da vacinação

Mário Sérgio Lorenzetto | 15/12/2020 07:00
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

O movimento político contra a vacinação está em franco crescimento no Brasil. Maior que ele, só a xenofobia, também crescente, quanto à vacina proveniente da China. Mas essa história é bem mais longa. Tem início na Inglaterra. A vacinação, que chegou ao Ocidente, teve sua origem na Turquia. Tal como atualmente, vacinar era aceitar um método estrangeiro, algo inadmissível para ingleses (ou brasileiros) "tão superiores".


Anticristã, a vacinação ofendia o clero.

Boa parte da população londrina rejeitou a vacinação. Encorajados por membros do clero argumentavam, tal como hoje, que "só Deus tem o poder de determinar a vida e a morte, e que a inoculação era anticristã. Iam além, afirmavam que os médicos que praticavam a vacinação estariam agindo como envenenadores. Esse argumento ainda não pousou na "evoluída" terra brasilis.


Médicos lucravam em demasia.

Havia outro argumento antivacinal. Por que era permitido que os médicos lucrassem muito com esse procedimento? O advento da vacinação marcou um período de transição na história médica, quando um reinado de 2 mil anos de uma teoria médica - a dos 4 humores - estava cedendo espaço para novas descobertas obtidas através da aplicação das ciências. Isso ocorreu em 1729. Há quase trezentos anos. A ganância de alguns médicos também prejudicou a vacinação. Insistiam em regimes demorados e complexos de preparação para vacinar. A pessoa, antes de receber a inoculação, tinha de passar por dietas especiais por dias ou semanas, usar laxantes e sangrias. Era mais lucrativo.


A vacinação é dever do governo?

No quesito lucro, saíram os médicos, entraram as empresas farmacêuticas. Ou não? No andar da carruagem governamental, talvez só existam vacinas contra o covid em clínicas médicas especializadas. Só não encetaram esse debate devido à provável eleição de 2022. Mas esse é o cerne de todo o despreparo e bagunça para termos a injeção em nossos braços. Também não participamos do movimento que pretendia quebrar as patentes das vacinas, tornando-as baratas. Agora, talvez só nos reste pagar pelo absurdo preço da vacina da Pfizer.

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