Em Pauta

A nossa identificação com um pano ao vento

Mário Sérgio Lorenzetto | 01/07/2019 06:08
A nossa identificação com um pano ao vento

A Dinamarca é a monarquia mais antiga do mundo e sua bandeira é a mais velha que se segue usando na atualidade. Também vem desse país escandinavo a mais suculenta história de todas as bandeiras. Contam que o rei Valdemar Serj, em 1219, estava em guerra com a Estônia. A lenda conta que as forças dinamarquesas estavam perdendo a guerra quando um bispo dinamarquês rezava pedindo ajuda aos céus com os braços levantados. Quando tinha os braços ao alto, os dinamarqueses avançavam, quando os baixava, por cansaço, os dinamarqueses retrocediam. Então, resolveram colocar dois soldados segurando os braços do bispo. Mas Deus não aceitou a enganação. Quando estavam para perder, uma bandeira - a atual - caiu dos céus como uma mensagem de Deus. Venceram. Nunca mais mudaram a bandeira.

As bandeiras eram chinesas.

As primeiras bandeiras eram chinesas e, logo a seguir, indianas. O motivo é simples: uma bandeira só podia ser de um tecido leve, que permitisse ondulações ao vento. Tecido leve na Antiguidade só existia um - a seda. A mais antiga bandeira conhecida data de 660 a.C. e pertencia à dinastia chinesa Zhou.

Insígnias e não bandeiras.

Os egípcios, como não tinham seda, usavam insígnias de couro ou de metal para identificar o poder de seus faraós. Assim como os legionários romanos que carregavam seus "vexillos". É a palavra em latim para os estandartes que usavam. A diferença é que eram de lã.

As primeiras bandeiras na Europa medieval.

Datam do século X as primeiras bandeiras europeias. Estão em consonância com a chegada da seda naquele continente. As primeiras bandeiras foram protagonizaras pelos símbolos heráldicos dos nobres e dos reis. O escudo de armas de cada rei estava nas bandeiras de seus exércitos. Esses escudos também estavam nas joias e até nos talheres dos reis. O escudo era uma mensagem direta, dizia: "isto é meu". Estavam relacionados com os reis e não com os reinos. Definiam qual território, quais fortalezas e quais povos estavam sob o domínio do rei. Eram uma extensão do rei. Não se usava na sociedade civil. Um carpinteiro não colocava a bandeira do rei em sua casa. Era possível ter a bandeira de seu gremio de carpinteiros, nunca a do rei.

A bandeira do cidadão.

Com o debilitamento do absolutismo dos reis à partir do XVIII, começa a ganhar força a ideia de nação mais além do governante. E as bandeiras começam a ser pensadas como a representantes de um país e não do rei. Surgem as bandeiras dos cidadãos. Foi o que aconteceu na França pós revolução. Não sobrou nem rastro da flor de lis associada à monarquia.

A bandeira brasileira.

No caminho das independências dos países coloniais, surgiram as bandeiras sul americanas. A brasileira atual é filha da proclamação da República. O projeto foi de Raimundo Teixeira Mendes e Miguel Lemos. O desenho é de Decio Vilares. Nos primeiros dias contavam que as estrelas eram do céu do Rio de Janeiro. A versão foi rapidamente mudada para a representação dos Estados brasileiros que contou com pequena objeção devido ao variado tamanho das estrelas.

Bandeira Real (1500-1521)

Bandeira de Dom João III (1521-1616)

Bandeira do Domínio Espanhol (1616-1640)

Bandeira da Restauração (1640-1656)

Bandeira de D. Pedro II (1683-1706)

Bandeira Real do Século XVII (1700-1800)

Bandeira do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve (1816-1821)

Bandeira do Regime Constitucional (1821-1822)

Bandeira Imperial do Brasil (1822-1889)

Bandeira Provisória da República (15 a 19 de Novembro de 1889)

Bandeira Nacional (1889-atual)

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