Em Pauta

A China totalmente controlada e sem privacidade

Mário Sérgio Lorenzetto | 09/12/2018 08:20
A China totalmente controlada e sem privacidade

"Está passando a linha. Por favor, retroceda". Uma voz metálica adverte quem está tentando cruzar a rua com sinal vermelho. O som procede de um dos novos semáforos que estão instalados em Shangai. Alguns olham à esquerda e à direita, veem que não têm carros, e se aventuram ultrapassando o sinal. Ainda não se deram conta de que os semáforos contam com sensores de movimento e umas discretas câmeras que gravam qualquer infração. Também estão equipadas com sistema de reconhecimento facial que identificam o infrator. E logo projetam a imagem dessa pessoa em um monitor.

A ideia é envergonhar aquele que não respeita o semáforo e envia, automaticamente, a multa para a casa do infrator. Não há como escapar porque a China conta com uma completa base facial de seus cidadãos. E de quem visita o país.

Chegou em um aeroporto chinês e passa a ser controlado.

Em 2018 começaram a coletar as impressões digitais e os rostos de todos que entram na China. É um rápido processo feito totalmente com máquinas em portos e aeroportos antes do visitante chegar ao posto de controle da imigração. A máquina verifica também se os dados biométricos da pessoa que chega à esse país asiático, coincidem com o passaporte. Só então se abre a porta para a visita.
À partir daí, em teoria, o governo pode encontrar qualquer pessoa - estrangeiro ou chinês - utilizando as 200 milhões de câmeras que estão instaladas por todo o país.

Também estão filmados os carros. O sistema integra placa com carro e pode conhecer sua localização em décimos de segundos. Eles dizem que é a melhor forma de construir uma sociedade segura e bem organizada. Aos olhos de muitos ocidentais, parece mais com a sociedade criada por George Orwell em seu livro "1984", a sociedade do "Grande Irmão".

Controles de segurança no metrô.

Quem for tomar o metrô terá de passar primeiro pelo sistema de segurança. São inúmeras câmeras de segurança que permitem à segurança pública localizar qualquer pessoa em fração de segundo. Não há como tomar o metrô em qualquer cidade chinesa sem passar pelos controles faciais.
Os táxis também aderiram ao "Grande Irmão" que a todos enxerga. A maioria desses veículos já adotou o sistema de verificação facial para a segurança do taxista e controle do aparato de segurança. Em suma, andar pelas ruas - mesmo sem infringir qualquer norma de trânsito - , viajar, tomar metrô ou táxi são atividades controladas pelo governo.

Todavia, há algumas vantagens mesmo para aqueles que defendem sua privacidade. A última do governo chinês foi exigir de suas empresas de aviação que tornem o ato de embarcar malas e pessoas em um avião em um ambiente totalmente digitalizado. A pessoa faz sozinha seu check-in e o da mala, bem como paga qualquer montante que tenha de dispor pela mala. Por enquanto a única possibilidade de "fugir" do Grande Irmão é andar em ônibus. Mas não deve demorar para o governo exigir a colocação de câmeras na totalidade desse meio de transporte.

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