Cidades

Vítima de golpe no RJ, morador de MS tem bens bloqueados

Redação | 21/08/2010 10:24

Funcionário de uma empresa de sorvetes há 29 anos, o técnico em refrigeração Álvaro Zeferino, de 52 anos, teve uma surpresa desagradável nesta semana ao receber o comunicado de que um funcionário de uma empresa em seu nome ganhou R$ 79 mil na Justiça do Trabalho, em julgamento feito à revelia no Rio de Janeiro.

O problema, explica ele, é que ele ganha salário de R$ 1.200,00 e nunca teve nenhuma empresa em seu nome. De acordo com o técnico, após o comunicado sua conta bancária foi bloqueada até que seja efetuado o pagamento. Além da dívida trabalhista, há problemas com sonegação de impostos e a dívida total é de R$ 680 mil.

Ele afirma que a empresa é uma boate no Rio de Janeiro, mas garante que nunca trabalhou nem fez sociedade no negócio. A última vez em que esteve naquele estado foi quando era adolescente e ficou quatro anos acompanhando o pai militar.

Os problemas do técnico começaram há cerca de um ano, quando "surgiu" a dívida de mais de meio milhão. "Mandamos três ou quatro cartas para São João do Meriti, onde é julgado o processo, mas não tivemos resposta", detalha.

Com o bloqueio da conta bancária nesta semana veio o desespero. "Estão bloqueando tudo o que é meu e não tenho nada a ver com isso", desabafa. O receio é de que a Justiça interdite também os bens da esposa, que é enfermeira, e dos dois filhos, que estão se formando em engenharia elétrica e administração.

De acordo com a família, a empresa que contraiu as dívidas é uma boate do Rio de Janeiro e a quantia é referente a débitos com o município, estado e união, além das dívidas trabalhistas.

Na tentativa de solucionar o problema, eles procuraram um defensor público. Mas, descobriram que a parte trabalhista da causa não pode ser atendida pela Defensoria, apenas por advogados particulares.

"Eu não posso contratar um advogado particular porque eles cobram 10% do valor da causa", afirma. "Quando a lei trabalhista for executada vão penhorar tudo o que eu tenho", teme o técnico de refrigeração.

Suspeita - Zeferino conta que há 15 anos, em data que coincide com a da abertura da empresa, o carro de seu pai foi roubado em Campo Grande. Dentro do veículo, além dos documentos do pai havia um hollerit dele, com informações pessoais. A suspeita dele é de que os documentos tenham sido usados para a abertura da empresa da qual ele consta como sócio.

A família garante que possui toda a documentação que comprova a cobrança. Segundo o filho de Álvaro, Emygdio Zeferino, o processo referente à dívida com impostos está em trâmite na 1ª Vara de Execução Fiscal do Rio de Janeiro, com a juíza Gabriela Rocha.

Eles informaram que o processo trabalhista é originário de São João do Meriti (RJ), mas que sua consulta não está disponível pela internet.

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