Cidades

Vargas diz que não foi denunciado em processo sobre jogo

Redação | 01/03/2008 11:50

O delegado de Polícia Civil Marcelo Lopes Vargas disse hoje que não foi denunciado no processo que investiga o envolvimento dele com o jogo do azar em Mato Grosso do Sul. O procedimento aberto na Primeira Vara Criminal da Justiça Estadual em Campo Grande no dia 9 de fevereiro, reforça Vargas, não se trata de uma denúncia, nome jurídico para a fase em que o MPE (Ministério Público Estadual) pede para que um acusado seja processado. O que ocorreu, diz ele, foi a remessa pela Justiça Federal de um inquérito da Polícia Federal, concluído no ano passado, em que o policial é citado "apenas como suspeito" de envolvimento com a máfia da jogatina, avalia ele.

Vargas argumentou que a simples ida da peça de investigação para o juiz não significa que ele está sendo processado, uma vez que o magistrado pode decidir pelo arquivamento do caso ou ainda pedir novas apurações, se julgar necessário.  

O delegado e o advogado dele, Ronaldo Franco, acreditam que o caso será arquivado, por falta de provas contra o policial, que chefiou durante anos a Deops (Delegacia de Ordem Pública e Social), responsável por reprimir o jogo de azar. O inquérito foi concluído em junho do ano passado, e deriva das ações da Polícia Federal que identificaram a atuação de cinco quadrilhas especializadas na exploração de caça-níqueis em Mato Grosso do Sul.

Em documento, apresentado pelo próprio delegado, a Polícia Federal enfatiza o não indiciamento dele, apesar de lembrar que Vargas foi citado por dois envolvidos no esquema da jogatina: Ari Silas Portugal e Elenilton Dutra de Andrade.

Em outro documento, desta vez do Ministério Público Federal, de junho de 2007, o MPF coloca a necessidade de novas diligências por falta de provas que estabeleçam envolvimento do delegado com os contraventores.

Perseguição - Vargas sempre negou as denúncias e diz que é alvo de uma perseguição sem fundamento. Segundo ele, chegou a autorizar a quebra de sigilos bancário e telefônico e garante que escutas levantadas durante a investigação não provam nada.

A gravação lembrada pelo delegado é de uma conversa de um dos acusados, Ari Silas Portugal, com um funcionário, no dia 8 de março do ano passado. O entendimento dos investigadores é que o nome de Vargas foi sugerido como alguém que estaria do lado dos exploradores do jogo. Na gravação, Portugal orienta um funcionário a manter aberta uma casa de videobingo.
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