Cidades

UFGD pode mudar vestibular por causa da abstenção alta

Redação | 14/01/2008 11:02

O pró-reitor de Ensino de Graduação da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), Sidnei Azevedo de Sousa, disse hoje ao Campo Grande News que a instituição vai avaliar os problemas ocorridos no concurso vestibular deste domingo - que fizeram com que mais de 1,1 mil estudantes perdessem as provas, levando a um índice de abstenção de 17% - e que poderá adotar mudanças para o próximo processo seletivo. Ainda não está definido se a UFGD fará um concurso no inverno de 2008 ou se fará apenas o vestibular de verão 2009, conforme informou o pró-reitor.

No domingo (13 de janeiro), dia das provas do vestibular de verão 2008, houve tumulto na chegada à cidade universitária, um dos locais de exame. O trânsito ficou congestionado e até acidentes aconteceram. Um grupo de alunos chegou a protestar, alegando falta de organização por parte da UFGD na condução do vestibular, e ameaçar entrar na justiça para anular a prova. No local, deveriam responder as questões 3,3 mil candidatos.

O pró-reitor disse que o concurso será mantido e que a instituiçou adotou providências em relação ao fluxo de veículos para a cidade universitária. Segundo ele, as empresas de ônibus foram alertadas para aumentar o número de coletivos, mas muitos prefereriam usar meios próprios. "Os ônibus passavam vazios, enquanto os carros estavam no engarrafamento", comentou.

Desistências - O pró-reitor observou que o vestibular passado também teve índice de abstenção alto, até maior que o deste ano, de 18%. Segundo ele, os problemas de acesso não são os únicos responsáveis por um número de faltosos tão alto. Nas outras universidades públicas, esse percentual costuma ficar perto de 9%.

Sousa atribui tantas ausências também ao fato de a UFGD fazer o concurso numa época em que outros resultados de vestibular, como da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), já terem sido divulgados. Na avaliação dele, isso provocaria a desistência de quem já foi aprovado em outras instituições.

O pró-reitor acredita que isso ocorra principalmente em Medicina, curso com maior concorrência na universidade. Uma prova nesse sentido seria o fato de 23% dos candidatos inscritos para fazer o exame em Campo Grande não terem comparecido.

Mesmo com a ressalva, o pró-reitor afirmou que serão estudadas mudanças para os concursos futuros, para evitar problemas no acesso dos candidatos aos locais de aplicação das provas. Uma das alternativas seria a distribuição dos vestibulandos em mais locais. Outra seria a mudança do horário para mais tarde.

A UFGD está em seu quinto vestibular, depois que foi criada a partir de um desmembramento da unidade da UFMS que havia em Dourados. Os dois primeiros não foram organizados por ela. Um foi pela UFMS e outro pela Universidade Federal de Goiás. O concurso que teve as provas domingo é o terceiro que a própria universidade realiza.

Segundo o pró-reitor, é preciso observar, ainda, que o número de participantes no processo seletivo cresceu 34% em relação ao vestibular de verão passado. "Nós estamos nos consolidando e precisamos nos adaptar aos problemas que vão surgindo", disse. Segundo ele, para 2009, devem ser criados mais nove cursos. A definição sobre isso sai em março. Hoje, a instituição tem 3,5 mil universitários.

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