Cidades

Três Lagoas lidera crescimento de assassinatos de adolescentes

Aline dos Santos | 13/12/2012 14:33
Em Três Lagoas, cidade teve crescimento vertiginoso,  mortes de adolescentes  também tiveram aumento. (Foto: Divulgação)
Em Três Lagoas, cidade teve crescimento vertiginoso, mortes de adolescentes também tiveram aumento. (Foto: Divulgação)

Num cenário de redução da violência contra adolescentes em Mato Grosso do Sul, Três Lagoas destoa e traz números preocupantes. A taxa de homicídios na faixa etária de 12 a 18 anos cresceu de 1,91 a cada grupo de mil em 2009 para 3,40 em 2010. O aumento de 78% na cidade, que nos últimos anos registra forte crescimento e industrialização, vai na contramão da situação do Estado.

O IHA (Índice de Homicídios na Adolescência), calculado pela Laboratório de Análise da Violência da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e divulgado hoje, teve redução em Mato Grosso do Sul. Em 2009, a taxa foi de 2,74, o deixando na 13ª posição entre as unidades da federação mais violentas para este grupo da população.

Em 2010, o índice passou para 1,30 e o Estado ficou em vigésimo no ranking nacional. Em Campo Grande, o IHA caiu de 2,13 (2009) para 1,30 (2010). No entanto, o estudo faz uma projeção alarmante. Caso o índice permaneça inalterado, 125 adolescentes devem ser assassinados até 2016.

Em Dourados, a taxa era de 4,51 em 2009. Em 2010, chegou a 3,74. Corumbá também teve redução: de 2,49 para 1,91. O levantamento foi realizado em 283 municípios com mais de 100 mil habitantes. A cidade mais violenta é Itabuna (BA), que registra 10,59 homicídios em cada grupo de mil jovens.

 

Precoce e violenta - Para os adolescentes, o homicídio é a principal causa de morte, responsável por 45,2% dos falecimentos nessa faixa etária no Brasil em 2010. Desta forma, para a população total, a cada cem mortes, cinco foram por homicídio, enquanto que, para os adolescentes, quase a metade foi causada por agressão.

Fatores como gênero e raça aumentam a possibilidade de um jovem ser morto. Em 2010, a chance de um adolescente do sexo masculino ser assassinado era 11,5 vezes maior que a de jovens do sexo feminino. Se for preto ou pardo, a possibilidade aumenta quase três vezes em relação ao branco.

Os dados foram divulgados pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Unicef (Fundo das Nações Unidas para Infância) e pela organização não governamental Observatório de Favelas.

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