Cidades

Terrenos baldios no centro da cidade são focos da dengue

Redação | 21/01/2009 08:28

Para moradores e comerciantes do centro da cidade já não é novidade a presença do Aedes Aegypti, que transmite a dengue. Mas a permanência de terrenos baldios e o fato de novas áreas completamente abandonados surgirem a cada ano, preocupa ainda mais nessa época de proliferação do mosquito.

Em uma das regiões mais antigas da cidade, prédios que integram inventários de famílias tradicionais, por exemplo, estão longe de ter um destino e ocupação.

A reportagem do Campo Grande News constatou que a menos de uma quadra de distância um do outro existem três terrenos baldios nas ruas Quinze de Novembro, e Sete de Setembro, entre a Rui Barbosa e a Pedro Celestino.

A cabeleireira Evelize da Rosa Gomes, de 29 anos, conta que há dias em que é quase impossível atender suas clientes no salão onde trabalha. "Especialmente depois de dias de muita chuva", relata e emenda, "alguém tem de fazer alguma coisa porque senão alguém vai acabar pegando dengue", prevê.

Para Vera Lucia Brandão, de 54 anos, já é tarde demais. No ano passado ela, o marido e os dois filhos pegaram a doença. A suspeita do foco recai sobre outro terreno na Sete de Setembro. "Ali na antiga marcenaria tem muito entulho, mas acho que este ano vai ser diferente porque o terreno foi vendido e parece que já estão demolindo o que ainda está de pé".

Para evitar um tipo ainda mais perigoso da doença, como dengue hemorrágica, Vera disse que costuma usar creolina para limpar a casa. "Isso diminui bastante a quantidade de mosquito lá dentro", destaca.

A mesma estratégia é usada pela vizinha, Lenir Ferreira da Silva, de 53 anos. "A gente joga o produto para não ser picada", conta. Mesmo conseguindo espantar os mosquitos, ela reclama da falta de limpeza do terreno no lado. "Tem muito lixo e mato ali", aponta.

O Campo Grande News conseguiu falar com um homem que se identificou como o responsável por dois terrenos na rua Sete de Setembro, ambos tomados pelo mato. O senhor não quis revelar o nome, mas aceitou ser entrevistado.

Segundo ele, até hoje nenhum vizinho foi reclamar da sujeira que está em seus terrenos. "E se tem mosquito indo para casa deles, eles vão ter de provar que estão saindo daqui", desafia.

Questionado sobre porque não limpava os terrenos, ele justifica: "estes dois terrenos estão sob inventário".

Bonito só por fora - Na rua Quinze Novembro uma parede alta e com pintura recente esconde um terreno cheio de entulho e restos do que, aparentemente, já foi uma vila de casas. "Você passa na frente e vê tudo certinho, nas é só dar uma olhada aqui do lado que é possível ver o abandono", relata o comerciante Josevan Sales, de 36 anos. "Aqui, onde a gente trabalha, enche de mosquito no fim da tarde", conta.

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