Cidades

Terremoto semelhante ao de MS já causou morte em Minas

Redação | 16/06/2009 07:49

Terremoto semelhante ao ocorrido ontem à noite em Mato Grosso do Sul já causou morte em Minas Gerais, em dezembro de 2007. "Se o epicentro do terremoto tivesse acontecido em centros urbanos com residências de má qualidade poderia causar danos e até morte", afirma o professor de sismologia do Observatório Sismológico da UNB (Universidade de Brasília), Lucas Vieira Barros.

O tremor ocorrido ontem em Mato Grosso do Sul chegou a 4,8 graus na escala Richter. O professor explica o abalo teve a mesma "magnitude" do que aconteceu em Minas Gerais, o primeiro a registrar morte no Brasil. Terremoto de 4,9 graus na escala Richter foi sentido na comunidade rural de Caraíbas, distante 35 km de Itacarambi.

Uma criança de cinco anos morreu esmagada pela parede de sua casa, que não resistiu ao abalo e caiu. Outras duas pessoas tiveram traumatismo craniano e quatro foram internadas com ferimentos leves.

O professor explica que não é possível prever novos tremores. Ele esclarece ainda que a região é propensa à ocorrência de tais fenômenos porque existem falhas geológicas ativas que se mobilizam ao longo do tempo. Quando acontecem movimentações geram tremores.

Embora não seja possível antecipar a ocorrência de terremotos, as pessoas que residem nesta região podem prevenir problemas. "Os terremotos apenas são de natureza imprevisível, mas seus efeitos podem ser minimizados pela construção de casas sismoresistentes", com estrutura fortalecida por bons materiais de construção, conclui o professor.

Relatos - "Por 5 a 10segundos senti minha casa tremer, as janelas vibrando,meus vizinhos vieram em casa perguntar o que está acontecendo, porque o chão tremia, um fenômeno extraordinário", relata a moradora Nayane Cerioli de Corguinho, a 96 km de Campo Grande.

Como ela, desde a noite de ontem, o Campo Grande News tem recebido dezenas de e-mails, de Rio Negro, São Gabriel do Oeste, Campo Grande, Miranda, Aquidauana, Rochedo, Corumbá, além de Coxim e Rio Verde, municípios mais afetados no Estado pelo terremoto de 4,8 graus na escala Richter.

Aquidauana também sentiu o tremor. Kátia Botelho diz que estava na cozinha e parou para olhar as janelas tremerem. "Foi uma sensação horrível", comenta.

O terremoto também foi sentido no município de Rochedo. Segundo moradores que vivem em sobrados, o abalo foi percebido por volta das 6 horas.

A professora Elinete da Silva Riquelme, diz que ela e o esposo ficaram olhando um para o outro assustados, "pensei em pegar meus filhos e sair de dentro de casa", lembrou.

Em Corumbá, o casal Tarsila e Henrique sentiu o tremor no apartamento onde moram. "A cadeira, o computador e a luminária balançaram levemente. Eram 19h", dizem em e-mail.

Em Campo Grande, no segundo andar de um prédio na avenida Bandeirantes, Ellen Fedrigo estava no quarto trabalhando no computador e sentiu a cama levemente balançar e as alguns objetos da estante fazerem barulho. "Inicialmente até achei que meu pai estava balançando a minha cama, ao sair do quarto vi que ele estava na cozinha e não sentiu nada".

Jéssica Teles, também na Capital, estava ao lado da mãe, deitada no sofá, quando percebeu algo estranho. "Já tinha percebido o tremor quando meu pai tinha comentado que a água da garrafa que estava no chão começou a tremer. Durou cerca de 5 segundos".

Genilson Duarte percebeu o abalo no residencial Flamingos, no 3º andar. "Estava na frente do computador quando este começou a tremer e a cadeira em que eu estava sentado também. Saí e fui ao mercado quando um amigo meu de Rio Verde me ligou dizendo que lá a terra tremeu".

Elinete Riquelme vive em Miranda e garante também ter sentido o tremor, "objetos caíram e as janelas tremeram."

Jander Mattos mora na mesma cidade e conta que o susto foi rápido, "mas as janelas bateram com muita força. Primeiro achei que fosse trovão , mas o barulho foi aumentando".

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