Cidades

Taxistas preferem não registrar ocorrências de assalto para evitar a burocracia

Marco Antonio Brito | 27/08/2011 13:41
Argemiro, Carlos Costa e João Antonio: muitos assaltos não são registrados pelos taxistas. (Foto: João Garrigó)
Argemiro, Carlos Costa e João Antonio: muitos assaltos não são registrados pelos taxistas. (Foto: João Garrigó)

Muitas ocorrências envolvendo assalto a taxistas da capital não são registradas por conta da burocracia nas delegacias de polícia. A queixa é dos próprios taxistas que preferem "deixar pra lá" a "perder tempo registrando a ocorrência".

"Ás vezes você perde a noite e as corridas para ficar numa delegacia registrando um assalto de 100, 150 reais", conta João Antonio de Lima, taxista há 25 anos. Preocupado com a falta de segurança, ele afirma que muitas vezes os colegas de profissão preferem "ficar no prejuízo" a enfrentar a burocracia.

Argemiro de Oliveira, que é taxista há 30 anos, compartilha do mesmo pensamento. Embora afirme nunca ter sido assalto, ele lembra que já "se livrou" de alguns perigos, algumas vezes.

O taxista aposentado Carlos Roberto da Costa, que exerceu a profissão por 35 anos, também reclama da falta de segurança para a categoria e corrobora com os colegas quando estes dizem que preferem não fazer o registro de um assalto.

Em média, segundo os taxistas, ocorrem de 15 a 20 assaltos por mês na capital, nos quais as vítimas são motoristas de taxi. "À noite e em dias de shows o perigo é maior", destaca Carlos Roberto Costa.

Foi depois de um show no Estádio Morenão, na sexta-feira (26), que o taxista Daniel Manoel Dudu, de 50 anos, morreu após ter sido atingido por dois tiros na cabeça, disparados por um dos passageiros que estava em seu taxi.

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