Cidades

Situação de conflito impede Funasa de entregar remédios

Redação | 15/12/2009 19:32

O coordenador estadual da Funasa/MS (Fundação Nacional de Saúde em Mato Grosso do Sul), Flávio Brito, informou ao Campo Grande News que o órgão não tem enviado remédios aos índios guarani-caiuá, que há 20 dias ocupam uma fazenda em Coronel Sapucaia, pois o local é palco de conflito entre indígenas e fazendeiros.

Nesta segunda-feira, os índios foram até ao MPF (Ministério Público Federal) de Ponta Porã para cobrar que a Funai (Fundação Nacional do Índio) e a Funasa normalizassem a entrega de alimentos e remédios.

De acordo com Flávio Brito, como a área é de conflito e ainda não tem registro, existe também a dúvida quanto à nacionalidade dos índios que ali estão. "Não sabemos se eles são brasileiros ou paraguaios", explicou.

Brito ainda esclareceu que a Funasa não pode investir dinheiro no local, já que é uma área que está em processo de debate. "Se fizermos qualquer obra lá, como um poço, por exemplo, e depois for decidido que a área não ficará com os índios, automaticamente teremos gastado dinheiro do governo federal em propriedade privada".

Nem mesmo médicos e enfermeiros querem ir para o local, segundo Brito. "E como eles não querem ir, não podemos mandar remédios para os próprios índios se automedicarem".

A Funai já pediu à PF (Polícia Federal) para que envie policiais à fazenda, mas até agora nenhuma equipe se prontificou a ir, conforme Brito.

"A gente não se nega a fazer atendimento lá, mas segurança é o fator principal desse atendimento", completou o diretor regional da Funasa/MS, alegando que a opção para os índios que estão acampados lá é ir até a aldeia Taquapery, que fica em Coronel Sapucaia, pois lá tem atendimento da Funasa.

Ata - Após a reunião dos índios com o MPF, uma ata foi escrita. Ela será encaminhada à Funasa.

"Os atendimentos que são determinados pelo Ministério da Saúde serão feitos, mas quando for resolvida a questão de segurança no local", concluiu Brito.

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