Cidades

Sesau loca vaga de CTI mas famílias ainda sofrem na fila

Redação | 11/07/2009 12:13

Com déficit de pelo menos 30 vagas de CTI (Centro de Terapia Intensiva), a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) garante que tem alugado leitos de hospitais privados. O secretário de Saúde, Luiz Henrique Mandetta, assegura que a medida já vem sendo adotada, o que foi reforçado durante reunião com o prefeito Nelsinho Trad (PMDB) e a promotora de Justiça da Cidadania, Sara Francisco Silva. No entanto, na Santa Casa, família de jovem vítima de acidente espera uma vaga desde ontem, sem previsão de quando acabará a angústia pelo atendimento.

"Esta situação é um desespero para mim como mãe", resume a dona de casa Nelci Moura do Nascimento, 42 anos. Nelci é mãe de Weverton do Nascimento Icassati, 23 anos, ferido em acidente ocorrido ontem à noite, na Avenida Guaicurus, em Campo Grande.

Ele estava em uma motocicleta e envolveu-se em acidente com um pedestre. Gravemente ferido, o jovem está na emergência da Santa Casa de Campo Grande.

Sem receber informação de um médico, a única notícia repassada pela recepcionista do Pronto-Socorro em nada anima a família: "disse (a funcionária) que ele está na emergência, em coma, respira por aparelho, precisa ir para o CTI e não tem vaga", lamenta a dona de casa.

Um fator aumenta a angústia dos familiares. Segundo Nelci, não há previsão para liberação de leito.

De acordo com o secretário de Saúde, sempre que é preciso a Sesau recorre a hospitais da rede privada. Mas ele admite que nesta semana apenas um paciente do SUS recebeu atendimento em unidade particular, por ser considerado um caso mais grave.

"Sempre é feito conforme a necessidade", garante Mandetta. O secretário revela que existem em Campo Grande 100 leitos e, para atender à demanda, a Capital deveria ter 130.

Para ele, só a entrega de 15 leitos de CTI adulto, outros dez na unidade coronariana e a reforma no PS da Santa Casa poderão colocar fim ao problema. Em dois anos, ele prevê que os 15 da CTI Adulto estejam liberados.

Já as vagas da unidade coronariana e do PS podem ser ativados no fim do mês porque estão em licitação.

Ele volta a pontuar que pacientes do interior "incham" Campo Grande, a exemplo, os que vêm de Dourados, município distante 230 quilômetros da Capital.

Sugestões - A promotora da Cidadania propôs ainda ao prefeito uma série de medidas para evitar a formação de filas, como a instalação imediata nos hospitais de Núcleos de Acompanhamento Diário de Internações e Permanência de Pacientes, investimento na atenção básica com facilitação e rapidez de consultas e exames, para que doenças em fase inicial não progridam.

Segundo o MPE (Ministério Público Estadual), Sara pediu também o acompanhamento efetivo do pré-natal, com ênfase na gestação de risco para eliminar a necessidade futura de utilização de leitos de UTI adulto e neonatal.

Na próxima quinta-feira, dia 16, o prefeito vai apresentar resposta às propostas feitas pela promotora.

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