Cidades

Será no presídio federal audiência em ação de Beira-Mar

Redação | 26/05/2008 14:11

Depois de mais de um ano sem movimentação, o juiz federal Odilon de Oliveira marcou a audiência para ouvir as testemunhas de acusação no processo por lavagem de dinheiro contra o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, preso em Campo Grande no presídio federal de segurança máxima. A audiência, no dia 26 de junho, será na própria prisão, encerrando a indefinição que havia sobre o local de realização.

Como tirar Beira-Mar do presídio era considerado um risco grande de segurança, para a vida dele e das testemunhas, a justiça decidiu levar as testemunhas de acusação para a penitenciária, com despesas pagas pela Justiça Federal. O juiz desistiu, também, de fazer no mesmo dia a sessão para ouvir a defesa. Ao todo, se a audiência incluísse as testemunhas de defesa, seriam mais de 50 pessoas.

Como só a acusação será ouvida, vão ser sete testemunhas. Todas são da região de fronteira de Mato Grosso do Sul, uma de Amambai e outra de Coronel Sapucaia, cidade que faz fronteira com Capitan Bado, apontada como quartel-general de Beira-Mar no Paraguai.

Depois disso é que será definida uma nova data para fazer a sessão para ouvir a defesa. No despacho em que marca os depoimentos, o juiz destaca a dificuldade que teve de encontrar onde fazer a audiência e cita que, diante da impossibilidade de fazer isso na fronteira e da negativa do Ministério da Defesa, chegou-se a um impasse relacionado ao processo.

No despacho, Odilon de Oliveira informa que as testemunhas de defesa serão inquiridas por carta precatória, sem a presença do réu, apesar de Beira-Mar ter em seu favor decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) garantindo participação em qualquer audiência de processos contra ele. 

Caso antigo - O processo contra o traficante carioca corre desde 2000, quando uma agenda apreendida no Rio de Janeiro revelou contados dele na fronteira. O juiz do caso sempre defendeu que a audiência fosse na região vizinha ao Paraguai.

Responsável pela acusação, o MPF (Ministério Público Federal) defendia a realização da audiência em Campo Grande, como afirmou no mês passado à reportagem o procurador-chefe do Ministério Público Federal no Estado, Blal Yassine Dalloul.

A defesa do traficante tentou transferir o processo de  Mato Grosso do Sul para o Rio de Janeiro, onde corre uma outra ação gerada a partir da apreensão da agenda, o que foi negado pelo juiz Odilon de Oliveira no ano passado. O juiz também negou, no despacho da semana passada, a requisição dos originais da agenda feita pelos advogados do traficante.

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