Cidades

Senadores de MS criticam livro didático que admite erros de concordância

Paulo Fernandes | 17/05/2011 21:44

Os senadores sul-mato-grossenses Waldemir Moka (PMDB), Delcídio do Amaral (PT) e Marisa Serrano (PSDB) criticaram a presença em livros de português de exemplos de frases que contrariam a norma culta da língua. As críticas foram feitas nesta terça-feira, no Congresso Nacional, e no caso do petista, ontem, no Twitter.

Distribuído pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura) para 485 mil alunos jovens e adultos de mais de 4 mil escolas, o livro 'Por uma vida melhor”, da coleção Viver, valida erros de concordância como “os livro” e “nós pega o peixe”.

Moka calculou que pelo menos 80% dos professores não concordariam com a inclusão de frases com a concordância errada nos livros didáticos.

"O livro 'Por uma vida melhor' defende a supremacia da linguagem oral sobre a escrita. Essa é de lascar", opinou Delcídio.

E a senadora Marisa Serrano afirmou que sem o estímulo ao uso correto da língua oficial "vamos virar a casa da mãe Joana". Ela lembrou o papel unificador da língua em países como China e Índia, que têm inúmeros dialetos, mas aceitam apenas uma língua oficial.

Para a senadora, a população está perplexa com o livro adotado pelo MEC. “A língua serve para preparar a pessoa para a cidadania, para que ela tenha uma vida social e profissional ativa. Se não tivermos uma língua correta, vamos virar aqui a casa da mãe Joana. Nunca mais saberemos o que é correto e o que não é correto”, afirmou. Ela diz não fazer sentido o argumento de preconceito lingüístico.

Outros senadores da Comissão de Educação também criticaram a obra. Ex-ministro da Educação, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou que o país não pode ter duas formas de falar e lembrou que, nos concursos públicos, cobra-se o português correto. “É um erro nós dividirmos português de rico educado e de pobre não educado”, disse. (informação acrescentada às 22h16)

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