Cidades

Raspadinha era "fachada" para jogatina na internet

Redação | 20/05/2009 17:10

Bilhetes vendidos como "raspadinhas" em esquema chefiado pelo major Sérgio Carvalho, na verdade serviam como senhas para que os jogadores apostassem sem sair de casa, pela internet.

A quadrilha criou um site, que não teve o endereço divulgado, onde eram oferecidos diversos jogos de azar. A pessoa comprava o bilhete e ao raspar obtinha uma senha para o jogo on line. Depois, os vencedores tinham apenas de ir até o cassino, apresentar o bilhete com a senha e retirar o prêmio.

O major é considerado foragido desde fevereiro deste ano. Após ganhar a liberdade condicional, em processo por tráfico de drogas, o beneficio foi derrubado. Há 3 meses foi anunciada decisão final da Justiça, que negou liberdade que a defesa havia pedido.

Carvalho deveria voltar para cumprir o restante da pena de 15 anos. Ele foi condenado em 97 e ficou até 2005 no Presídio Militar de Campo Grande.

Ao invés de se entregar, o major abriu um cassino em Puerto Quijarro, inaugurado no final de abril, aponta o Ministério Público. O oficial também vivia em endereço conhecido no bairro São Bento, em Campo Grande.

Segundo as investigações, que começaram há 5 meses, Carvalho já mantinha há 3 anos o jogo clandestino em pelo menos dois cassinos, além de ter caça-níqueis em 13 bares e algumas residência na Capital.

Durante coletiva de imprensa na tarde de hoje, o procurador-chefe do Ministério Público Estadual, Miguel Vieira, apresentou poucas novidades sobre o caso e disse desconhecer qualquer lista com nomes de autoridades do governo, do Legislativo e de empresários. "Se eu falar qualquer coisa, serei leviano porque não vi lista alguma", argumentou.

Apesar da declaração, a lista existe e foi fotografada na manhã de hoje pelo Campo Grande News em um dos cassinos fechados durante a operação Las Vegas.

Questionado sobre as consequências para o jogador, o procurador lembra que pena também pode ser aplicada por prática de jogo, além de corrupção passiva e ativa.

Nessa quarta-feira foram presas 19 pessoas, entre elas o capitão da PM Paulo Xavier, de Campo Grande. Segundo as investigações, ele é proprietário da cerâmica Bem te vi, que é registrada em nome da esposa.

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