Cidades

Professores do Estado programam paralisação pela democracia no dia 10

João Humberto | 01/06/2016 18:45
Representantes de todo o Estado se reuniram hoje à tarde na Fetems e decidiram paralisar atividades em Dia Nacional de Luta (Foto: Assessoria Fetems)
Representantes de todo o Estado se reuniram hoje à tarde na Fetems e decidiram paralisar atividades em Dia Nacional de Luta (Foto: Assessoria Fetems)

Nesta tarde, cerca de 450 trabalhadores em educação de Mato Grosso do Sul, entre eles os delegados dos 73 sindicatos filiados a Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de MS), aprovaram, em assembleia geral da categoria, na sede da entidade, um dia de paralisação nas redes estadual e municipais de ensino, programada para acontecer na sexta-feira da próxima semana, 10 de junho, Dia Nacional em defesa dos direitos da classe trabalhadora e da democracia. A mobilização está marcada para acontecer na praça do Rádio Clube, às 9h.

Roberto Magno Botareli Cesar, presidente da Fetems, esclarece que durante a assembleia geral foram debatidos assuntos relacionados às perdas de direitos na educação pública, após as recentes declarações e decisões do atual governo interino de Michel Temer. Por esse motivo, segundo ele, os professores entendem que a democracia precisa ser soberana e “a nossa entidade irá aderir ao Dia Nacional de Luta. Vamos trabalhar para paralisar as unidades escolares e faremos uma grande mobilização em defesa dos nossos direitos aqui em Campo Grande”.

Durante a assembleia realizada nesta quarta-feira, a funcionária administrativa da educação, Lindinalva de Melo, que há 18 anos é agente de limpeza na rede pública de ensino de Três Lagoas, afirmou que o momento é de mobilização e muita luta. Ela destacou que não é filiada a nenhum partido político e com a ajuda das políticas de valorização recentes conseguiu comprar sua casa. “Vi os professores do meu município pararem de andar de bicicletas e terem seus carros, além de muitas outras coisas, mas o principal é irmos para as ruas conscientes do que o atual governo está propondo, questões assustadoras como se aposentar aos 65 anos. Como vamos aguentar?”, questionou.

Na mobilização os professores cobrarão o fim do piso salarial e da hora-atividade, da reforma da previdência e da aposentadoria especial dos professores. A classe também é contra a privatização das escolas públicas, através das organizações sociais e da militarização, além de ser desfavorável à retirada da obrigatoriedade dos recursos da educação pública (18% da União e 25% dos Estados e Municípios) da Constituição Federal.

Botareli acrescenta que a categoria ainda é contrária à alteração do regime de partilha na exploração do Pré-sal que destinaria recursos para a educação e saúde, contra a entrega de riquezas naturais como o petróleo, para o capital estrangeiro, e contra a Lei da Mordaça, que defende o encaminhamento à cadeia dos professores que debaterem em salas de aula questões de religião, sexualidade (conscientização, igualdade de gênero, violência contra a mulher, homofobia e etc.) e política.

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