Cidades

Preso em MS, Arcanjo ainda manteria negócios no DF

Redação | 03/01/2010 08:44

Preso na Penitenciária Federal de Campo Grande, o bicheiro João Arcanjo Ribeiro, o "Comendador", 58 anos, mantém "negócios no DF (Distrito Federal), segundo matéria publicada pelo jornal on line mato-grossense 24 Horas News.

Conforme a reportagem, as transações envolveram governantes do DF, onde chegou a emprestar, por meio de suposto pagamento, US$ 500 mil para campanha eleitoral.

Apesar de a organização de Arcanjo ter ruído em 2002 com a "Operação Arca de Noé", investigações realizadas pela Polícia Federal e Ministério Público Federal mostraram que ele havia diversificado os negócios, expandido além de Mato Grosso e estabelecido ramificações em mais cinco estados.

No Distrito Federal, por exemplo, a quadrilha do Comendador começou, com base na reportagem, no governo de Joaquim Roriz e permanece ativa na atual administração, do democrata José Roberto Arruda, segundo documento relacionado às investigações.

No documento relacionado ao empréstimo de US$ 500 mil existe uma anotação que a Polícia Federal entendeu como se fosse a explicação para o pagamento. "O governador me disse que vai atender tudo" - escreveu à mão Messias, em fax enviado a um assessor do "Comendador".

Messias, segundo o documento, ficou no epicentro das investigações da Polícia Federal, por ser bicheiro, amigo de Arcanjo e dono da Empresa Sapiens Tecnologia, uma das empresas investigadas em 2003, ano em que o Comendador foi preso.

O operador avançado da quadrilha na administração do Distrito Federal, segundo ainda as investigações da Polícia Federal, era Durval Barbosa, um delegado aposentado da Polícia Civil. Barbosa era o responsável pela maioria dos contratos superfaturados assinados com a Empresa Sapiens Tecnologia.

O ex-policial é o elo entre a administração Roriz e a atual, de José Roberto Arruda, que sucedeu a Roriz com um discurso de moralidade e eficiência administrativa.

Barbosa foi secretário de Relações Institucionais de Arruda. Ele foi o pivô da Operação Caixa de Pandora, que desbaratou o "mensalão do DEM", mantido sob forte esquema de segurança desde 27 de novembro, em local secreto, à disposição do Superior Tribunal de Justiça.

Amparado pelo Programa de Proteção a Testemunhas do Ministério da Justiça, ele tem arsenal de fitas, que constitui o maior arquivo digital sobre a rede de corrupção na capital do País. Conhecido como "rei do grampo", Durval teria mais 20 gravações inéditas.

Promotores apuraram que a empresa Sapiens Tecnologia poderia até ganhar um milionário contrato para instalar um sistema de monitoramento nas ruas da capital. Por essa empresa fluiiria o dinheiro para pagar Arcanjo.

Por meio de assessoria, o governador Arruda disse que seria "injusto" demitir seu secretário até que o processo fosse julgado.

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