Cidades

Por precaução, Hospital do Câncer afasta Siufi temporariamente

Nícholas Vasconcelos e Helton Verão | 08/05/2013 16:33
Diretor-presidente do hospital, Carlos Alberto Coimbra, conta que afastamento temporário poderá se tornar definitivo. (Foto: Vanderlei Aparecido)
Diretor-presidente do hospital, Carlos Alberto Coimbra, conta que afastamento temporário poderá se tornar definitivo. (Foto: Vanderlei Aparecido)

O Hospital do Câncer afastou temporariamente o médico Adalberto Siufi, ex-diretor da unidade, para preservar o médico e outros funcionários do local. A decisão foi tomada em reunião nesta terça-feira (7), durante uma reunião do conselho curador do hospital e foi motivada pela repercussão das denúncias apresentadas pelo Fantástico, da TV Globo.

No entanto, o escândalo estourou em março, quando o Campo Grande News denunciou as irregularidades, o pagamento de tratamento de câncer até para pacientes mortos e superfaturamento nos contratos. 

Segundo o diretor-presidente da Fundação Carmen Prudente, que administra o HC, Carlos Coimbra, o afastamento definitivo vai ser decidido em uma reunião ainda sem data marcada. “A decisão foi tomada pela integridade do Adalberto e de qualquer outro funcionário do hospital”, afirmou.

Coimbra explicou que amanhã será eleita a comissão de ética do hospital, que junto com o CRM (Conselho Regional de Medicina), e os vídeos das reportagens vão ajudar a decidir o futuro do profissional. Siufi também será convidado a participar para apresentar sua defesa.

Adalberto Siufi foi afastado depois da operação Sangue Frio, deflagrada pela PF (Polícia Federal) e MPF (Ministério Público Federal) em março deste ano e que apurou o pagamento feito pelo SUS (Sistema Único de Saúde) para pacientes que já morreram no HC e no Hospital Universitário da Capital.

O diretor do Hospital do Câncer espera que o Conselho Regional de Medicina se manifeste sobre as denúncias apresentadas e sobre a situação do médico. “Estamos esperando a posição do CRM”, comentou.

 

Grupo de empresários doou duas lavadoras de piso para HC. (Foto: Vanderlei Aparecido)

Uma força-tarefa, composta por técnicos do Ministério da Saúde, Governo do Estado e Prefeitura de Campo Grande está analisando a situação do hospital. Um dos pontos é a administração de medicamentos aos pacientes internados.

Relatório apresentado pela direção mostra que entre os dias 21 de março e 30 de abril as despesas chegaram a R$ 2.029.838,93, enquanto as receitas foram de R$ 1.467.816,30. Só não houve prejuízo porque havia em conta R$ 665.224,15 e o saldo ficou em R$ 103.201,30.

Doações – Carlos Alberto Coimbra revelou que as doações da população caíram depois da operação Sangue Frio e depois da repercussão das matérias, entre elas as que mostraram a ex-administradora do hospital, Betina Siufi, filha de Adalberto Siufi, negando a compra de um remédio para um paciente internado no CTI (Centro de Terapia Intensiva).

“As doações caíram, mas esperamos recuperar”, comentou.

No momento em que a reportagem estava no Hospital do Câncer um grupo de empresários doou duas lavadoras de piso para a limpeza.

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