Cidades

Por prazo maior em financiamento, caminhoneiros ameaçam nova greve

Caroline Maldonado | 07/10/2015 10:54
Última paralisação dos caminhoneiros ocorreu em abril deste ano (Foto: Arquivo/Marcelo Calazans)
Última paralisação dos caminhoneiros ocorreu em abril deste ano (Foto: Arquivo/Marcelo Calazans)

Sem acesso a benefício que ficou acordado com o Governo Federal, após a última manifestação em abril, caminhoneiros ameaçam nova paralisação nos próximos dias. Eles reclamam do aumento de 4% no preço de venda do diesel, válido desde quarta-feira (30) e o fato de os bancos não estarem cumprindo a normativa para ampliar o tempo de financiamento de veículos. Além disso, afirmam que não está sendo cumprida na íntegra a Lei dos Caminhoneiros, pois não há pontos de parada nas estradas para que os motoristas possam fazer intervalos.

Ocorre um “empurra-empurra” quando o assunto é o refinanciamento do Finame (Financiamento de Máquinas e Equipamentos), na avaliação do primeiro suplente do Fórum Nacional de Dicussão Do Transporte no Centro-Oeste, Lúcio Lagemann.

“O Governo Federal falou que prorrogaria por um ano os financiamentos, mas os bancos se negam a fazer isso. Temos informação de dentro do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) de que tem a normativa para que se faça isso, mas não está sendo cumprido. Alguns exigem a venda de produtos casados, como seguros, para poder dar o benefício”, explica Lúcio.

Segundo o representante do Fórum, na última quarta feira (30) houve reunião com diversas entidades para tratar do assunto. No encontro, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) alegou que não recebeu a instrumentação que detalha alteração nos financiamentos e o BNDS, por sua vez, diz que enviou a normativa.

Em função disso, os transportadores estão se articulando para paralisação nas estradas de Mato Grosso do Sul. “Pode ocorrer a manifestação ainda essa semana, estamos nos preparando e discutindo para fazer isso da melhor maneira possível.

“A população precisa saber que o Governo Federal fez a Lei dos Caminhoneiros, mas não criou condições para que os trasportadores fizessem o cumprimento. Isso não existe, porque não tem pontos de parada”, reclamou Lúcio, ao destacar que a concessionaria da rodovia não se responsabilidade e o Governo diz que não fará porque não tem recurso. “Um joga a culpa no outro. O governo diz que não vai fazer e se a Polícia Federal resolver multar vai multar todo mundo, porque o trabalho não está ocorrendo conforme a lei”.

Caso os transportadores comecem nova greve, esta será a terceira deste ano. A última ocorreu em abril. O movimento é nacional e já teve paralisação em rodovias de Santa Catarina e Paraná, na segunda-feira (5). Os caminhoneiros pedem ainda o impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff (PT), segundo o portal da Rádio Rural, de Santa Catarina.

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