Cidades

Polícia investiga coação de testemunhas em caso Bertin

Redação | 19/06/2008 17:03

A Polícia Civil vai apurar se funcionários do frigorífico Bertin, em Campo Grande, estão sofrendo coação por parte de diretores da unidade, no inquérito que investiga o vazamento de gás amônia, ocorrido em fevereiro deste ano, e que atingiu pelo menos 26 funcionários.

A decisão foi tomada depois que o ex-funcionário do setor de segurança do frigorífico, Samir da Conceição Espíndola, de 30 anos, prestou um segundo depoimento à Polícia Civil dizendo que na primeira vez mentiu a pedido do gerente da unidade, Roberto Favoretto.

No depoimento, o ex-funcionário diz que no dia do incidente, os superiores impediram a entrada dos bombeiros e não prestaram socorro devido aos funcionários atingidos pelo gás amônia.

Essas informações, segundo o delegado Nilson Tobias, responsável pelo caso, não trazem novidade ao caso, uma vez que a omissão de socorro já estava configurada com base nas informações prestadas pelos bombeiros que foram ao local no dia em que o vazamento ocorreu.

Mas diante da suspeita de coação de funcionários, o delegado decidiu investigar se houve algum tipo de comportamento ilegal em relação a outras pessoas. Segundo ele, diretores do frigorífico serão novamente chamados para serem ouvidos sobre o assunto.

Além de Samir, chegou ao delegado a informação de demisssão de uma outra funcionária, que passou mal no dia do vazamento e chegou a ser levada para o hospital.

Tobias informou que a Superintendência Regional do Trabalho também será informada para verificar se houve alguma irregularidade trabalhista nas demissões feitas pelo frigorífico.

De acordo com ele, o inquérito sobre o vazamento de amônia ainda deve demorar a ser concluído. O prazo mínimo previsto é de 3 meses.

Um crime já está configurado, o de poluição, por causa do vazamento ocorrido. A omissão de socorro também está caracterizada.

O que o delegado quer saber agora é se o frigorífico descumpriu o que estava previsto no licenciamento ambiental dado à indústria. Se isso ocorreu, será um terceiro crime. Caso a coação de funcionários também seja confirmado, a peça policial poderá trazer o indiciamento de diretores da empresa por um quarto crime.

A reportagem do Campo Grande News procurou o gerente industrial Roberto Favoreto, por telefone, mas não conseguiu contato com ele.

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