Cidades

Polícia descarta provas em investigação sobre sumiço

Redação | 03/01/2008 10:27

A investigação da polícia acerca do sumiço do garoto Luiz Eduardo Martins Gonçalves, de 10 anos, que está desaparecido desde 22 de dezembro, descarta duas pistas: o par de chinelos do menino, encontrado no fim de semana em um terreno baldio no Jardim das Hortênsias (bairro onde o menino mora) e o registro dos usuários do cyber café que Luiz Eduardo freqüentava.

Conforme o delegado da DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), Walmir dos Santos Messa, os chinelos foram apreendidos e serão alvos de exames apenas se surgir algum fato novo no histórico do caso. "Não tenho um quadro de acontecimentos. O exame seria feito na hipótese, com a qual nem trabalho, dele estar morto", afirma o delegado.

Neste caso, o exame seria para verificar presença de sangue ou de material orgânico. Walmir Messa descarta que possa haver impressões digitais, pois as marcas não se fixam na borracha, além do fato de que várias pessoas tocaram o chinelo.

Quanto ao histórico no cyber café, o delegado aponta que o perfil do garoto, traçado a partir do relato de um irmão adolescente que trabalha no local, não condiz com alguém que freqüentasse sites de bate-papo. Desde novembro de 2005, uma lei obriga que os estabelecimentos tenham um cadastro com nome completo, data de nascimento, endereço, telefone e número de documento de identidade dos freqüentadores, relacionando os dados com o horário de ocupação das máquinas.

Segundo o irmão, Luiz Eduardo ia ao cyber durante a manhã, antes do colégio, para jogar. "Não passava disso", assinala o delegado. Nesta quinta-feira, a polícia segue ouvindo pessoas que conheciam Luiz Eduardo, a intenção é traçar o perfil do menino e montar um quadro dos acontecimentos. Para o delegado, até o momento os relatos evidenciam que o garoto não teria iniciativa de fugir. "Se ele acompanhou alguém foi por indução", acredita.

A investigação também trabalha com a hipótese do garoto ter sido vítima de acidente. A quantidade de dias transcorridos e a falta de informação já são tidas como atípicas. Conforme a polícia, crianças nesta idade, em geral, retornam ou surgem notícias do paradeiro.

Demora - O caso está desde o dia 29 de dezembro com a DPCA. A família de Luiz Eduardo relatou que teve dificuldade para fazer boletim de ocorrência. Conforme a mãe do garoto, Eliane Aparecida Nascimento Martins, a Cepol demorou a encaminhar o caso para a delegacia especializada.

Ela conta que o boletim de ocorrência foi levado à DPCA por um conselheiro tutelar. O caso está em poder da DPCA desde 29 de dezembro. O ofício sobre o desaparecimento do garoto foi repassado à PRF (Polícia Rodoviária Federal) e às delegacias do interior.

Luiz Eduardo foi visto pela última vez no dia 22 de dezembro, um sábado. Uma vizinha contou que às 22h15 recolheu suas crianças e mandou que ele fosse para a casa. Desde então o menino não foi mais visto.

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