Cidades

Para ter filho de volta, mãe se acorrenta na Universal

Redação | 13/05/2010 13:36

Revoltada com a vida que o filho passou a ter depois de ingressar na Igreja Universal do Reino de Deus, a mãe de um adolescente de 17 anos resolveu protestar.

Sueli Ferreira de Moura quer o filho de volta. Acorrentada ao portão principal da sede da Igreja Universal do Reino de Deus, na avenida Mato Grosso, ela argumenta que o rapaz sofreu influências da igreja para parar de estudar, trabalhar e ter uma vida normal.

"Quero meu filho de volta. Só saio daqui quando fizerem justiça, quando deixarem meu filho livre para fazer o que quiser", grita a mãe, desesperada, na entrada da Igreja Universal do Reino de Deus.

Alguns seguranças do local se aproximaram, mas não interviram no caso. A mãe afirma que se der um passo para dentro será espancada, como já foi, garante. No ano passado, ela diz que tentou conversar com o pastor, mas foi retirada da Igreja e responde a processo por perturbação da ordem.

A angústia de Sueli começou há três anos. Segundo ela o filho jogava bola no parque Belmar Fidalgo quando um pastor chamado João se aproximou e disse que o garoto jogava bem, convidando-o a participar do time da Igreja.

"Uma semana depois ele já não jogava e não fazia mais nada", comenta.

Segundo a mãe, a rotina do rapaz é acordar às 5 horas, sair para vender salgado para uma fiel da Igreja Universal, voltar para a casa às 13 horas e muitas vezes sair para a escola sem comer em função de jejuns.

Da escola ele segue para a Universal, de onde volta somente às 23 horas, diz.

"Ele vive para a Igreja. Não estuda direito, não trabalha para ele mesmo. Não dá dinheiro em casa. Eu já pedi para libertarem meu filho, mas não sou ouvida. E quando peço para ele dar um tempo, diz que eu tenho o demônio no corpo", desabafa a mãe, que tem outros 3 filhos.

Aparelho - Segundo ela, o garoto já foi, inclusive "promovido" na estrutura da Universal e hoje opera um aparelho que se chama psicoscópio, "que vê se alguém tem o demônio, mas acho que é mesmo para ver quem tem dinheiro", comenta a mãe.

Pensionista do INSS, Sueli, aparentemente, não demonstra transtorno mental e tem segurança no que fala. Ela permanece acorrentada ao portão da Igreja à espera do filho.

A reportagem do Campo Grande News tentou falar com a administração da Igreja Universal do Reino de Deus, mas foi informada de que não havia no momento pastores responsáveis pelo templo.

A Polícia Militar foi chamada pelos pastores e tenta negociar a saída.

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